Facção expande atuação em Lajeado

Lajeado

Facção expande atuação em Lajeado

Pichações indicam venda ilegal de cigarro, marcas mostra ampliação do poder da gangue Os Manos

Facção expande atuação em Lajeado
Lajeado

Pichações feitas nas últimas semanas podem sinalizar a presença de contrabandistas de cigarro na cidade. O símbolo azul, em forma de círculo, pintado em paradas de ônibus e muros, teria relação também com a atuação de um grupo ligado ao tráfico de drogas.

Uma marca de cigarros do Paraguai, contrabandeada por brasileiros, também já é vendida em Santa Cruz do Sul.

De acordo com informações policiais daquele município, faz algumas semanas que símbolos iguais aos encontrados em Lajeado foram desenhados em diversos pontos da periferia da cidade do Vale do Rio Pardo. Desde então, começou uma investigação para apurar o fato.

Por enquanto, a polícia de Santa Cruz do Sul descobriu que o comércio e contrabando estaria sendo feito pelos traficantes de drogas da facção Os Manos. A mesma que teve o nome pichado, faz cerca de um mês, no centro de Lajeado e no bairro Conservas.

O grupo usaria os símbolos como forma de propaganda do produto e também de delimitação da área de venda. “A princípio, nesses bairros onde o símbolo foi pintado, ocorreria o comércio dos cigarros e consequente atuação da facção”, informa um investigador

As pichações também serviriam como uma forma de pressionar comerciantes a comprar os cigarros do grupo e vender só essa marca. “Nas vilas, há pessoas que vendem em casa mesmo. E essas estariam sendo pressionadas.” Usuários de drogas, já clientes do tráfico, também seriam coagidos a fumar da marca R7.

Símbolos apareceram faz três semanas em diversos bairros de Lajeado. Polícia Civil da cidade afirma não ter informações contundentes sobre a atuação de criminosos

Símbolos apareceram faz três semanas em diversos bairros de Lajeado. Polícia Civil da cidade afirma não ter informações contundentes sobre a atuação de criminosos

Mercado rentável

A união do tráfico ao contrabando teria se tornado viável, principalmente, porque as rotas utilizadas para transporte de drogas ilícitas e cigarros do Paraguai são as mesmas. Além disso, a venda dos cigarros garantiria boa lucratividade.

Isso porque, para adquirir o produto paraguaio, os criminosos não precisam pagar 80% em impostos, como faz quem vende cigarros legalizados no Brasil.

“Eles podem embolsar toda essa quantia que gastariam com as taxas, e ainda cobrar mais barato.” A carteira do R7 estaria sendo vendida a R$ 3,50, enquanto a mesma quantia de cigarros produzidos no Brasil custaria entre R$ 5,25 e R$ 10,25.

Até o momento, a polícia santa-cruzense não fez qualquer apreensão do produto, e segue a investigação acerca do esquema.

Sem informações

A Delegacia de Polícia Regional de Lajeado, sob a coordenação da delegada Marcia Bernini, ainda não teria informação contundente sobre a atuação dos contrabandistas na cidade. Enquanto a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não teria apreendido carga do produto na BR-386.

Dados Nacionais

Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação:

55% dos pontos comerciais de tabaco venderam cigarros paraguaios em 2016.

Por dia 800 mil maços de cigarro pirata são apreendidos pela polícia

Valor por carteira:

R7-   R$ 3,50
Cigarros legalizados:  entre R$ 5,25 e R$ 10,25

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