O roubo em agências bancárias assustou a comunidade. O fato ocorreu na madrugada de sábado. Cerca de 15 pessoas que estavam no centro foram rendidas e usadas como escudo durante o ataque. Além de armas de grosso calibre, os criminosos usaram explosivos que danificaram a estrutura das agências do Banco do Brasil e do Banrisul.
Conforme a polícia, pelo menos cinco criminosos executaram o ataque levando dinheiro de caixas eletrônicos e do cofre de uma das agências. “Foi uma ação de quadrilha especializada. Os explosivos foram usados de forma específica para não danificar as cédulas, algo que requer experiência”, comenta o delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), João Paulo de Abreu.
O ataque ocorreu depois da meia-noite. O grupo se dividiu rendendo quem estava na rua. Moradores que tentavam ver o que estava acontecendo foram ameaçados. “Fui à janela ver que barulho era aquele e um dos bandidos percebeu. Ele gritou e logo fez um disparo. A bala entrou pela janela do banheiro da casa vizinha. Felizmente ninguém se feriu”, conta um morador que prefere não se identificar.
Reféns lembram que foram pelo menos três explosões. No prédio do Banco do Brasil, os criminosos explodiram a parede para entrar no cofre, deixando rachaduras por toda a parte e danos na casa ao lado. Os 15 reféns foram posicionados no entroncamento da rua Coronel Mello e av. Gramado.
Fabrício Dapont conta os momentos de pavor que passou na mira dos criminosos. “Estava chegando à cidade com o caminhão da empresa. Quando passei pelo hospital, vi uma gurizada com as mãos para cima, achei que fosse da folia de Carnaval. Pouco mais à frente, apareceu um dos integrantes da quadrilha me apontando uma arma. Parecia aquelas escopetas calibre 12. Na hora, parei, ele mandou descer e tirar a camisa”, lembra.
Nenhum refém ficou ferido, mas o trauma não será esquecido tão cedo. “Eles tinham rádio-comunicador na frequência da polícia. Dava para ouvir a comunicação e eles atentos a todo o momento. Foram 40 minutos de uma sensação de impotência total”, comenta Dapont.
Quadrilha usou explosivos para levar dinheiro dos caixas eletrônicos
Investigação
Segundo informações coletadas pela Polícia Civil, a quadrilha fugiu pela rodovia de acesso à comunidade de Quatro Léguas. A Brigada Militar fez buscas naquela região, mas não teve êxito.
A agência do Banrisul não tinha sistema de monitoramento por câmeras. Imagens de empresas e sistemas particulares devem ser analisadas para identificar características dos criminosos.
A quadrilha utilizou uma camionete Duster e não deixou vestígios. Segundo populares, uma mulher fazia parte da grupo. “Ela recolhia os volumes e levava até o carro”, comenta o morador que viu toda a ação, mas prefere não se identificar.
Com o estrago nas agências, o atendimento aos clientes ficará temporariamente suspenso.
Ainda de acordo com o delegado, na semana passada, uma quadrilha especializada em ataques a agências bancárias foi desmantelada na grande Porto Alegre. “Nos últimos anos, cresceram esses tipos de ataques. Sabíamos que durante o Carnaval as agências seriam alvos, porém, não tinha como prever onde ocorreria. Não descartamos a possibilidade de informações privilegiadas”, observa Abreu.
Também na madrugada de sábado, na Serra Gaúcha, criminosos usaram explosivos para atacar uma agência do Bradesco, por volta das 3h30min, no bairro Sagrada Família em Caxias do Sul. Segundo a polícia, um caixa eletrônico teve danos materiais.
