Copom reduz Selic para aumentar consumo

Vale do Taquari

Copom reduz Selic para aumentar consumo

Especialistas divergem quanto à efetividade da medida para melhorar a economia

Copom reduz Selic para aumentar consumo
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Anunciada na terça-feira pelo Banco Central (BC), a redução na taxa básica de juros, a Selic, é uma das estratégias do governo para retomada do consumo interno. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu baixar a Selic de 13% para 12,25, uma queda de 0,75%.

Ao analisar a medida, economistas divergem quanto à sua efetividade para retomada da economia. Para o professor da Univates, Eduardo Lamas, a medida não será sentida pelos consumidores. “Essa atitude é uma reação porque a economia está muito frágil. O consumidor talvez vá sentir apenas na metade do ano, se a inflação continuar em queda.”

Diferente do professor da Univates, o economista da Fiergs, André Nunes de Nunes está confiante na recuperação econômica. “Com a queda dos juros, a população deve retomar a confiança e voltar aos poucos a consumir.” Nunes também acredita no retorno dos investimento dos setores empresariais e do agronegócio. “O crédito vai ficar mais barato e os empresários devem voltar a investir em tecnologia, o mesmo acontece com os agricultores que vão apostar em maquinário para a próxima safra.”

Lamas projeta um cenário menos positivo em relação a investimento. “A Selic não baliza as taxas de custeio de créditos. Então a queda não vai fazer os empresários investirem mais porque o custo do dinheiro ficou mais barato.” Ao analisar a confiança do consumo, o professor da Univates também vê um cenário menos positivo. “Ainda não haverá alta consumo porque as pessoas estão com muito medo do desemprego, nesse contexto não adianta a taxa de juros baixar.”

O medo relatado por Lamas é explicado pela projeção de Nunes, que não vê recuperação da oferta de emprego. “O que veremos é investimento dentro das empresas, mas isso não vai abrir mais vagas de emprego imediatamente.” Apesar da manutenção do desemprego, ele considera que o consumidor está mais disposto a comprar. “A confiança do empresariado e do consumidor está crescendo, e isso leva ao aumento do consumo.”

Instabilidade política

Mesmo com as divergências, os dois economistas concordam que a economia não terá melhoras sem a aprovação da Reforma da Previdência, que tramita no Congresso. Para eles, o governo precisa aprovar o texto o mais rápido possível, pois ela não será votada em 2018.

“Os investidores estão certos que a reforma seja aprovada este ano, caso isso não aconteça em 2017, os parlamentares não vão votar temas polêmicos no ano seguinte, por ser período eleitoral”, avalia Nunes.

Diferente de outros momentos, o Executivo vem perdendo parte da base de apoio legislativo, especialmente na Câmara. Deputados antes fiéis aos projetos agora se mostram contrários ao texto da Reforma da Previdência. Mesmo assim, Lamas acredita que ele será aprovado no Congresso. “Acredito que, mesmo com perda de poder político, a reforma passa, talvez não como o governo quer.”

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