Pesquisa avalia atendimento  voltado à gravidez de risco

Vale do Taquari

Pesquisa avalia atendimento voltado à gravidez de risco

Hipertensão e diabetes são as principais doenças das gestantes

Pesquisa avalia atendimento  voltado à gravidez de risco
Vale do Taquari

Pesquisa desenvolvida pela Univates em parceria com o Ambulatório de Gestação de Alto Risco (Agar), em Estrela, identifica os principais fatores de risco à saúde de gestantes e bebês na região.

Coordenado pela professora Ioná Carreno, o estudo analisa informações obtidas entre 2014 e 2016 no ambulatório que atende pacientes de todo o Vale do Taquari. Conforme Ioná, a intenção é avaliar a saúde das gestantes, encaminhadas ao Agar por riscos durante a gravidez, e dos bebês.

Dados preliminares apontam a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes gestacional como as duas doenças de maior prevalência na região. Ao todo, 21% das pesquisadas no primeiro ano da estudo apresentaram hipertensão, enquanto 12,9% tiveram registro de diabetes.

De acordo com a coordenadora, os índices seguem a tendência nacional, mas devem servir de alerta devido às consequências de ambas as doenças. Segundo ela, a hipertensão é a principal causa de morte da mãe no Brasil.

No bebê, a pressão alta materna pode resultar em descolamento de placenta e parto prematuro. Também pode causar diminuição de fluxo de sangue da mãe para o bebê, trazendo complicações na formação da criança.

Moradora do bairro São Bento, em Lajeado, Lisiane Scherner, 39, foi atendida pelo Agar durante a gestação do segundo filho, Mathias, por causa da pressão elevada. O bebê, hoje com cerca de 1 mês, nasceu saudável e a mãe não teve qualquer complicação.

“Fui muito bem atendida e tudo pelo SUS, sem nenhum custo”, afirma. Lisiane estava em sua segunda gravidez de risco. Na primeira, há cinco anos, também apresentou hipertensão, e foi atendida pelo Hospital Bruno Born. Para ela, o serviço às gestantes na região é um dos mais eficientes.

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Excesso de glicose

No caso do diabetes, uma das consequências é o crescimento exagerado do feto. “Ao invés de nascerem com 3,5 a 4 quilos, em alguns casos chegam a até seis quilos”, afirma. Logo após o nascimento, as crianças correm o risco de sofrer convulsões.

“São dependentes de altas doses de glicose da mãe. Quando corta o cordão umbilical, esse fornecimento cessa, podendo resultar em hipoglicemia”, explica.

A pesquisa ainda analisa o perfil sociodemográfico, obstétrico e neonatal de pacientes atendidos pelo Agar e o acesso aos serviços de saúde prestados pelo ambulatório. De acordo com Ioná, o trabalho visa identificar lacunas e traçar estratégias para melhorar o atendimento.

O trabalho tem participação de professores dos cursos de Medicina, Enfermagem, Nutrição, Psicologia e Antropologia, e é financiado pela Univates e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Depressão

Outros fatores de risco comuns na região são a gravidez em idade avançada e a depressão. A maior parte das mulheres atendidas pelo Agar em 2014 tinha de 30 a 34 anos e pelo menos um filho.

Conforme Ioná, a depressão durante a gestação preocupa não somente pela redução na qualidade de vida da mulher, mas também pelo período pós-parto. “O bebê não estará mais na barriga, e sim no colo, com todas as mudanças que isso envolve, o que pode piorar o quadro depressivo.”

A professora reforça a necessidade de identificar o mais cedo possível eventuais problemas enfrentados pela mãe ou pelo bebê. Dessa forma, maior será o monitoramento sobre a gestante e menores os prejuízos à saúde de ambos.

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