Os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Pedro Welter iniciaram o ano letivo dentro do ginásio no bairro Floresta.
Isto porque as obras iniciadas em julho do ano passado, em quatro salas da instituição, não ficaram prontas dentro do prazo pré-estabelecido de 180 dias.
O fato obrigou a direção a remanejar o reinício das aulas. A previsão é que a obra seja concluída em cerca de dez dias.
No início de março, os 40 estudantes devem ter as primeiras aulas na escola. Por enquanto, os estudantes participam de atividades recreativas, em turno único, até às 14h. Eles também almoçam no ginásio.
A secretária da Educação, Vera Plein, acredita que não haverá prejuízo pedagógico aos alunos, porque as aulas ocorrerão desta forma por um curto período. “O projeto que será realizado nestes dias atenderá as necessidades dos estudantes”, alega.
Sem opção
A auxiliar administrativo Ângela Cristina Mallmann é mãe de um aluno do quarto ano. Ela agradece o esforço dos professores e direção para iniciar as aulas mas reclama da atuação da Secretaria da Educação. Acredita que as obras poderiam ter sido finalizadas antes, ou que as aulas tivessem iniciado em um lugar melhor.
“Tive que levar ele porque não tinha onde deixar. Ao meio-dia fui buscá-lo e estava muito quente lá dentro (do ginásio). Coitado, o suor escorria pelo rosto”, conta.
Para ela, a situação priva as crianças do direito de estudar. “Elas não esperavam por isso, e não conseguem entender a situação.” Como o expediente encerra às 14h, Ângela pagará uma cuidadora para ficar com o filho durante a tarde.
A vendedora Franciele Nenti é mãe de um estudante da pré-escola, e decidiu não levá-lo à aula nesta primeira semana. Por enquanto, o menino de cinco anos permanecerá sob os cuidados da avó e da tia.
“Não vou mandar ele para um ginásio aonde eu não sei como vai funcionar. Achei melhor deixá-lo ele em casa.” Apesar disso, ela apoia a atitude direção em não permitir aulas dentro do prédio que ainda está em obras.
Atraso
De acordo com a Secretaria da Educação, após uma avaliação foi identificado a necessidade de demolir parte do prédio.
Obra de R$ 1,1 milhão
Em julho, começaram as melhorias no colégio. A primeira fase da obra era a construção de quatro salas de aulas, que deveriam ter ficado prontas em janeiro.
Porém, antes delas serem finalizadas, se decidiu antecipar a segunda etapa. O objetivo era aproveitar o período férias para demolir mais uma parte da antiga construção.
Isso atrasou a entrega da primeira etapa. As chuvas também prejudicaram o andamento das obras. O valor do investimento nas duas etapas está orçado mais de R$ 1,1 milhão.
Falta de professores
Além dos estudantes da Pedro Welter, voltaram às aulas nesta segunda-feira mais cinco mil alunos das outras 17 escolas de Ensino Fundamental.
Na semana passada, 2,5 mil crianças já haviam retornado às Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis). Para atendê-los, a Secretaria da Educação identificou que faltam cerca de 50 profissionais.
Nas escolas fundamentais, há carência de dez professores.
Faltam ainda 21 profissionais para atender o Turno Integral e fazer o monitoramento de Alunos Incluídos.
Nas creches, são necessários 19 profissionais, entre professores, monitores e estagiários. Conforme a secretária, o preenchimento das vagas deve ser feito em algumas semanas.
