Os moradores do bairro Jardim do Cedro convivem com a falta de água e exigem solução para o problema recorrente. Nas áreas mais altas, a comunidade está sem água faz pelo menos quatro dias.
A frequência de falta de água irrita alguns moradores, que inclusive entraram na Justiça contra a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) por ficarem sem o serviço durante o Natal e a virada do ano.
Morador do bairro faz seis anos, Carlos Dalpian acompanhou a construção do novo reservatório, distante cerca de 100 metros de casa dele. Ele critica a forma com que ocorreu a construção. “Sei de gente que nem sabia trabalhar em obras e ganhava como pedreiro. Demorou anos para terminarem e hoje está vazia.”
Desde que veio morar no Jardim do Cedro enfrenta problemas por falta de fornecimento de água. “Para tomar banho, fico dentro de uma bacia para reaproveitar a água no sanitário.”
A situação ficou complicada desde a sexta-feira, quando a Corsan interrompeu, mais uma vez, o fornecimento de água. De acordo com a dona de casa Adriana Tonkelski, as repetidas ligações à Corsan não surtiram efeito. “São insensíveis. Só nos dizem que não podem fazer nada. Estou sem água nem para beber. Sem banho, sem nada. A água vem a conta-gotas.”
Adriana afirma que mesmo com fornecimento fracionado, ajudou o vizinho que não tinha água em casa. “Ele pegou da nossa mangueira uns 20 litros se não, morreria de sede. Quando liguei, me pediram referência da minha casa. Disse que era perto da caixa d’água que não funciona.”
Durante os seis meses que mora no bairro, Adriana afirma que não teve nenhum mês sem faltar água. “Sempre faltou água. Na parte mais baixa do bairro, volta logo. Mas aqui em cima, os moradores ficam sem por muitos dias. Ontem tomamos banho na minha cunhada. Não tinha nem como fazer almoço.”
Carlos Dalpian toma banho dentro de um balde para guardar água. As sobras servem para usar no vaso sanitário
Problemas diversos
De acordo com o gerente da Corsan Alexandre Cerentini Pacico, uma ruptura na estação de bombeamento na Avenida Beira Rio, na sexta-feira, interrompeu o fornecimento por algumas horas.
Antes de as caixas recuperarem as perdas, no sábado, faltou de novo. “Não deu conta, estava muito quente e teve muito uso.” durante a noite de sábado para domingo, as caixas conseguiram ficar em 60% preenchidas, segundo ele.
Afirma que no domingo pela manhã, a troca de um poste interrompeu a energia elétrica e desligou a bomba. Então, as caixas d’água baixaram rapidamente e ocorreu novamente a falta.
O bombeamento ficou parado das 8h aos meio dia e o reservatório zerou de novo. “Quando isso ocorre, formam-se bolsões de ar na rede, o que obstruiu e torna lenta a volta da água as residências”, justifica. Até o fechamento da matéria, os moradores das regiões altas do bairro continuavam sem água.
