Dois mil pacientes aguardam cirurgia

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Dois mil pacientes aguardam cirurgia

Fazer todos os procedimentos pode demorar até cinco anos, calcula o Consisa

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Mais de um ano após ser interditado, o bloco cirúrgico do Instituto de Oftalmologia volta a ter autorização para fazer operações contra catarata. Ontem, os primeiros 16 pacientes da fila passaram pela cirurgia.

Eles integravam um montante de duas mil pessoas, de 37 municípios, que acumularam-se na espera durante o período de fechamento. Cerca de mil foram diagnosticados após a interdição, a partir de oito mil consultas feitas no Instituto.

“A doença foi sendo descoberta, mas não pôde ser tratada, então foi acumulando”, comenta o secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Taquari (Consisa-VT), Nilton Rolante.

A maior preocupação do serviço, a partir de agora, é atender esta demanda. Para isso, será preciso ampliar o número de cirurgias.

Por dia, há necessidade de cumprimento do limite estabelecido pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) de até 16 cirurgias – oito em cada uma das duas salas.

Porém, existe a possibilidade de ampliar o número de procedimentos mensais, através do aumento da verba do Instituto.

Hoje, são realizadas até 40 cirurgias – montante executado em dois dias e meio de trabalho – com R$ 116 mil do Ministério da Saúde, e R$ 46 mil do estado.

Valor que ainda é utilizado para a realização de 1.326 consultas, 4,9 mil exames, e outros procedimentos cirúrgicos de menor porte.

“A única forma de aumentar o atendimento, e reduzir a fila de espera é ampliando a verba.” Para isso, será necessário pedir recursos ao estado ou aos municípios.

Uma reunião entre o Consisa e a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) deve ser realizada em março para tratar do assunto. “Se não conseguirmos o dinheiro com o estado, teremos que ver se os municípios querem arcar com este excedente.”

Fila

A prioridade de atendimento dos pacientes será definida pelas secretarias municipais de saúde, de acordo com indicação médica. Ainda nesta semana, outras 24 pessoas deverão passar por cirurgia. Os próximos procedimentos serão realizados somente em março.

Acompanhamento

Uma comissão, formada por secretários de saúde, de cinco municípios, acompanhará o serviço, para garantir a segurança dos pacientes. Em cerca de 50 dias, eles terão um encontro para avaliar o trabalho do Instituto.

Relembre o caso

O bloco cirúrgico e o centro de esterilização de materiais foram interditados em dezembro de 2015. O fato ocorreu após denúncias de que ao menos 21 pessoas perderam a visão de um olho depois de passarem por cirurgia de catarata.

Conforme investigações do Ministério Público e da Polícia Civil, as vítimas foram contaminadas por bactérias em cirurgias realizadas em maio de 2015

Agora, após reformas e melhorias, o Instituto foi liberado pelo estado para a retomada das cirurgias. O Consisa investiu cerca de R$ 180 mil nas obras.

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