Carnaval no Vale terá blues de Birdlegg

Lajeado

Carnaval no Vale terá blues de Birdlegg

Artista texano está em turnê pelo Brasil e se apresenta em Lajeado no dia 25

Carnaval no Vale terá blues de Birdlegg
Lajeado

Gene Pittman, conhecido como “Birdlegg,” está em turnê pelo Brasil desde o início deste mês. No dia 25, toca no Galera’s Rock Bar, Trata-se de um ícone do sul dos Estados Unidos, que traz um blues descontraído, diferente dos tradicionais ritmos tristes de origem.

O bluesmen acompanhou a evolução do gênero musical nos EUA. Conta que na Pensilvania, onde morou por anos, as estações de rádio só tocavam country e jazz. Somente quando se mudou para Nova Iorque é que conheceu, através da namorada, o estilo que o consagrou.

Em 1975, ao trocar NY por Oakland, na California, conheceu figuras célebres que o levariam aos palcos. Conheceu figuras ilustres como Taj Mahal, John Lee Hooker, Sonny Rhodes, Cool Papa Sadler entre outros artistas de São Francisco.

Com a harmônica, Birdlegg levantou o público e chamou atenção para a alegria presente gênero em que a tristeza dava o tom. “Gosto de escrever meus blues. Eles não são tristes. Eu escrevo blues para dançar, eu escrevo coisas que fazem as pessoas rirem. Porque eu não quero fazer o mundo chorar.”

Um retrato da vida

Birdlegg se dedica à música em tempo integral. Quando passou a tocar em casas noturnas, deixou o trabalho que tinha durante o dia e, por mais de 20 anos, resistiu somente com as composições róprias. Foram inúmeros momentos de dureza, mas o artista preferiu fugir do trabalho formal a ter o mesmo destino dos pais e avós, que trabalharam duro uma vida inteira e, depois, foram descartados pela sociedade.

Para o coordenador da Rádio Univates FM, Marcelo Petter, o Blues Tornado, como ele também é conhecido, traz nas letras o que passou na vida. Ficou anos vivendo com diferentes mulheres, que gostavam da musica, mas não dele. “O primeiro álbum chamado de Meet Me On The Corner (2005) foi muito bem recebido e deu pé para um segundo, o Birdlegg And The Tight Fit Blues Band, editado por selo próprio“, conta.

A intenção era proteger a originalidade do trabalho, com a influência de JJ Malone, Cool Papa e Lowell Fulson. Birdlegg dedica os trabalhos especialmente para a comunidade negra. Na costa oeste, entra nas escolas para tocar e ensinar, além de promover seminários de blues. Em 2013, o tocador de harmônica editou o terceiro álbum e sacudiu Austin, Texas, onde atualmente reside. No ano passado, voltou a viajar para Europa, com show próprio na Espanha, gravou ao vivo o mais recente trabalho. Em Lajeado, os ingressos para o show estão sendo vendidos por R$ 20 antecipados e R$ 30 na hora.

Entrevista

Jornal A Hora – O que blues representa para você?

Birdlegg – Blues é a minha vida. Não é algo que você gosta, apenas. Penso que é mais do que gostar. É uma experiência. Toda a sua vida, na verdade.

Jornal A Hora – Como foi ver o blues se desenvolver no país e no mundo?

Birdlegg – Eu não sei onde exatamente o blues nasceu, mas talvez tenha sido na igreja, num espaço basicamente negro. As letras geralmente são sobre a escravidão.

Jorna A Hora – Por que optou por um ritmo diferente, mais alegre?

Birdlegg – Quando eu estava crescendo e eu ainda era garoto, na minha cidade, tinha uma banda de blues e todo mundo reclamava. Diziam que era triste demais.

Jornal A Hora – Que mensagem gostaria de deixar para os bluesmen da região?

Birdlegg – Continuem amando e apoiando o blues, seus músicos e toda a mensagem que o blues passa.

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