Criminosos estão usando o WhatsApp para aplicar golpes. Na semana passada, pelo menos dez moradores da capital denunciaram o crime à polícia.
De acordo com informações do G1, com a ajuda de funcionários de operadoras de telefonia, os falsários clonaram as contas das vítimas no aplicativo.
Depois, impossibilitaram que os verdadeiros donos do número acessassem o WhatsApp. Com conversas, contatos e grupos em mãos, se passaram pelas vítimas para pedir dinheiro a parentes e amigos.
As informações pessoais tornaram o golpe convincente. Um empresário chegou a repassar R$ 100 mil aos criminosos, para pagamento de contas, achando que estava ajudando um amigo.
Casos semelhantes já haviam sido registrados no Maranhão, mas os responsáveis não foram presos e podem ser os mesmos que estão atuando no estado. Conforme a Delegacia Regional de Polícia Civil, nenhum registro do tipo foi feito no Vale.
Proteção
O mestre em Engenharia Elétrica e professor de Engenharia da Computação da Univates, Alexandre Wolf, explica que na informática usa-se o termo “Engenharia Social” para definir um tipo de ataque utilizado por algumas pessoas, que se fazem passar por outras, para conseguir o que querem.
“Para isso, não precisa ser alguém da informática ou computação. Basta compreender como as coisas funcionam e não ter peso na consciência.”
No caso do WhatsApp o número de telefone funciona como uma segurança extra, se comparado a e-mails, em que se torna mais fácil a falsa identidade. Porém, ainda assim é preciso tomar uma série de cuidados para evitar estes golpes, como atualizar os aplicativos.
“Estas atualizações constantes corrigem continuamente problemas de segurança e outras funcionalidades, e são extremamente necessárias.”
Outra forma de se proteger é evitar passar senhas ou informações pessoais através do aplicativo. Estes dados ficam no histórico, que pode ser recuperado. “Na minha opinião, tem pessoas que se expõe em excesso, mesmo em grupos fechados”, alerta o especialista.
Roubo, furto ou perda
Para se preservar em caso de roubo, furto ou perda do celular, o usuário pode utilizar a funcionalidade de criptografia – disponível no próprio aparelho – para ocultar as informações. Hoje o sistema ainda é pouco usado, pois torna o acesso aos dados mais lento e exige senha para qualquer ação.
O desenho e sequência para bloqueio também são alternativas. O maior problema apontado pelo especialista é que muitas pessoas colocam um desenho ou sequência simples. “E ainda mostram para todos.”
Atualização – Passo a passo
Na semana passada, o WhatsApp disponibilizou um mecanismo de senha, que pode restringir este tipo de golpe. O sistema permite que o usuário faça uma senha, que será solicitada em caso de instalação do aplicativo em outro aparelho.
Como fazer?
– Entre no seu WhatsApp e vá até Configurações;
– Acesse a opção Conta;
– Depois, entre em Verificação em duas etapas;
– Lá você deverá definir uma senha – o indicado é definir uma senha forte, sem datas ou sequências numéricas;
– Caso o seu WhatsApp seja instalado em outro aparelho (no caso de você ficar com o mesmo número e comprar outro celular, ou sofrer um golpe), a senha será solicitada.
– Há opção de inserir um e-mail, para que a senha possa ser recuperada, caso seja perdida.
