Trabalhadores iniciam campanha salarial

Vale do Taquari

Trabalhadores iniciam campanha salarial

Sindicato dos funcionários da Saúde cobra reposição da inflação e 5% de ganho real

Trabalhadores iniciam campanha salarial
Vale do Taquari

Os trabalhadores da saúde iniciam campanha salarial. A reivindicação pede a reposição da inflação, mais 5% de aumento real.  A assembleia regional ocorreu nessa quinta-feira no Parque Theobaldo Dick. O encontro reuniu representantes de instituições do Vale do Taquari, Rio Pardo e Santa Maria.

A Federação dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Feessers) promove assembleias regionais de janeiro a maio. Uma série de ações são programadas durante os eventos. Em Lajeado, a atividade previa um abraço simbólico ao Hospital Bruno Born (HBB). Em virtude da possibilidade de chuva, foi cancelado.

A data-base dos servidores ocorre no mês de março. Os trabalhadores aguardam a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do próximo mês, para confirmar o percentual exato de reajuste.

Segundo o presidente, do Sindisaúde Vale do Taquari, Carlos Luis Gewehr, no ano passado os profissionais tiveram uma reposição abaixo da inflação do período. “Queremos empatar ou reduzir as perdas inflacionárias acumuladas.”

Negociações esbarram na crise

A negociação dos valores ocorre em um período de dificuldades financeiras para os hospitais. Os atrasos nos repasses do Estado para as instituições têm atingido os funcionários. Na região, um dos principais problemas são os atrasos no salários dos trabalhadores, das férias e do 13º.

A situação ocorreu no Hospital Estrela e Ouro Branco. No HBB, no ano passado 50 profissionais foram desligados. A mais grave foi registrada no São José de Taquari.

Na última semana, hospitais conseguiram um empréstimo para quitar despesas pendentes. O governo do Estado se comprometeu a pagar o financiamento. A medida é paliativa. Ameniza as dificuldades de forma momentânea, mas não favorece as finanças nos próximos meses, em especial, com as pendências fixas como a folha de pagamento.

Gewehr compreende a situação, mas afirma que o funcionário não pode pagar essa conta sozinho. “O empréstimo feito na semana passada, resolve a situação dos hospitais. Mas quem vai resolver o problema do funcionário, se não for a instituição”, questiona.

A campanha salarial unificada tem o objetivo da categoria unir forças para obter a reposição. Segundo ele, várias ações contra instituições foram abertas em virtude dos atrasos de salários. “Entendemos que o problema não é pontual. A situação vem da União e do Estado. Estamos notificando eles também, chamando-os para responsabilidade.”

Na avaliação dele, mesmo com o atraso nos repasses, às casas de saúde não podem estagnar os salários dos funcionários. “Os funcionários não tem culpa.”

Ameaça de greve

Gewehr não descarta a possibilidade de fazer greve caso a demanda não seja atendida. “Faremos com pé no chão. Lidamos com vidas. Temos coerência e cuidado.”

Crise atinge funcionários

As dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores fazem parte dos relatos das assembleias. Taquari tem a situação mais difícil. “Em algumas situações, pessoas relataram estar sem dinheiro para pagar aluguel, no dia 15 do mês.”

Segundo ele, o próprio grupo se reuniu para ajudar o trabalhador. A folha foi regularizada neste mês depois de uma série de ações do sindicato e outras organizações. Município, Estado e a União foram notificados para tomar providências sobre a situação.

“Estamos adoecendo”

A sobrecarga de trabalho e a incerteza em relação ao atraso da remuneração tem feito diversos profissionais se afastar das atividades. “Tenho colegas em atestado, fazendo acompanhamento com psicólogos e psiquiatras.”

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