Série de assaltos endossa cobrança por mais policiais

Santa Clara do Sul

Série de assaltos endossa cobrança por mais policiais

Três soldados da BM atendem cinco municípios

Série de assaltos endossa cobrança por mais policiais
Vale do Taquari
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Uma sequência de assaltos traz medo aos moradores. Pela terceira vez desde o dia 16 de janeiro, a lotérica no centro foi alvo de bandidos. O crime aconteceu por volta das 9h40min dessa sexta-feira, e gerou críticas sobre a falta de policiamento.

Testemunhas afirmam que dois criminosos entraram no estabelecimento “de cara limpa” e entraram na fila de atendimento como se fossem clientes. Uma mulher acompanhada da filha se preparava para pagar as contas do mês quando um dos homens anunciou o assalto.

“No início pensei que era brincadeira, mas ele gritou de novo e pressionou a arma contra as minhas costelas”, lembra. A vítima e a filha foram empurradas contra a parede, que pegou o dinheiro das contas antes de pular em direção ao balcão da lotérica.

Ao mesmo tempo um comparsa recolhia pertences dos clientes. Eles fugiram pela Av. Emancipação. Um policial militar a paisana teria visto a cena e tentado intervir. Os bandidos fizeram um disparo antes de entrar em um automóvel Santana, onde outro homem aguardava.

Uma senhora que passava pelo local ouviu o disparo e viu a movimentação. “Primeiro pensei que eram fogos de artifício, mas depois vi eles correndo e percebi que eram ladrões.” No local onde o carro estava estacionado, ela percebeu um bolo de notas jogado no chão.

“Peguei e trouxe direto para a lotérica”, afirma. Os moradores reclamam da demora para a Brigada Militar chegar até o local. Segundo eles, apenas três policiais são responsáveis por fazer o patrulhamento de Santa Clara do Sul e mais quatro cidades da região.

Ataques em sequência

De acordo com uma das proprietárias da lotérica, o primeiro dos três ataques acontece no dia 16 de janeiro. Dois homens entraram no estabelecimento armados e com capacetes. “Anunciaram o assalto, recolheram o dinheiro e fugiram.”

O segundo ataque foi na segunda-feira, 6. Uma dupla entrou no estabelecimento, mas dessa vez um estava de capacete e outro sem. “Parece que foram perdendo o medo de serem reconhecidos”, disse uma das vítimas.

Para a funcionária, o mais surpreendente nesse último ataque foi a tranquilidade dos assaltantes. “Eles chegaram com toda a calma, estacionaram, entraram sem capacete e ficaram na fila, sem se importar com as câmeras de segurança.”

De acordo com um morador das proximidades, os arrombamentos a residências e assaltos a estabelecimentos comerciais se tornaram rotina no município. Ele afirma que a preocupação é ainda maior no interior. “Tem que ligar para o celular para chamar a Brigada, mas raramente o telefone tem sinal e como eles cobrem outras cidades, demoram muito para chegar.”

Prisão em Arroio do Meio

Após o assalto, a BM recebeu informações sobre a placa do veículo, que não constava como furtado ou roubado, e as imagens das câmeras de segurança. Na tarde, o companheiro da dona do carro foi até a o quartel da BM de Arroio do Meio para registrar ocorrência de furto.

Ao analisar as imagens da lotérica, os policiais perceberam a semelhança entre o homem que prestava depoimento e um dos assaltantes. Os policiais encaminhara o suspeito até a delegacia. No caminho ele teria confessado o crime.

Policiais de Santa Clara do Sul, Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio participaram da ocorrência e fizeram buscas pelo carro e os demais assaltantes. Até o fechamento da edição, eles não tinham sido encontrados.

“Uma das propostas em análise é a criação de uma guarda municipal armada, que atuaria em consonância com a Brigada Militar local.”

Prefeito cobra mais efeito

A Hora – Qual a avaliação da administração quanto a segurança da cidade?

Paulo Kohlrausch – A falta de segurança é um problema nacional. Assim como as demais cidades do Brasil, Santa Clara do Sul também convive com a carência de policiais militares, de armamento e de viaturas, o que inviabiliza um patrulhamento mais ostensivo e eficaz.

Já houve alguma conversa com a BM para ampliar o efetivo do município?

Kohlrausch – Ainda em janeiro, promovemos audiências com órgãos de segurança municipal e regional para discutir a realidade em que vivemos, fazendo um diagnóstico das nossas necessidades e visando encontrar alternativas viáveis que possam auxiliar.

O primeiro encontro ocorreu no dia 24 de janeiro, quando nos reunimos com o comandante interino, Juliano Schmier, para avaliar a estrutura local e planejar ações.

Da mesma forma, realizamos uma audiência com o tenente-coronel Paulo Rogério Medeiros, que é comandante do 22º Batalhão de Polícia Militar.

Uma das propostas de campanha era a implementação da guarda municipal. Este projeto está em andamento?

Kohlrausch – Uma das propostas em análise é a criação de uma guarda municipal armada, que atuaria em consonância com a Brigada Militar local.

Está em fase implantação um sistema de videomonitoramento em pontos estratégicos do município. Outra medida é a criação de um Conselho Municipal de Segurança Pública que terá a atribuição de auxiliar e dialogar com o governo e a BM na busca por melhorias na área.

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