Pedágios em 200km da BR podem custar R$ 36

Vale do Taquari

Pedágios em 200km da BR podem custar R$ 36

Entidades preparam mobilização por mudanças no projeto de concessão

Pedágios em 200km da BR podem custar R$ 36

O anúncio da inclusão de quatro praças de pedágio na BR-386, entre Tio Hugo e Canoas, motiva reação. O assunto foi debatido na manhã de ontem, em reunião da diretoria da CIC-VT, com a presença de representantes do Codevat, Amvat e Corepe.

Líderes do setor empresarial criticaram o plano de privatização da rodovia e apontaram os prejuízos para a região caso o projeto seja adotado na íntegra. Conforme previsão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), as tarifas somadas chegariam a R$ 36 em 200 quilômetros de viagem de carro.

De acordo com o presidente da CIC-VT, Ito Lanius, a região já estava ciente sobre a retomada dos pedágios. Ele afirma que a classe empresarial se dispõe a pagar a tarifa desde que o valor seja justo e resulte em melhorias de infraestrutura.

Presidente do Codevat, Cíntia Agostini ressaltou a dificuldade para alterar a proposta de dois pedágios entre o Vale e a Rodovia do Parque. Segundo ela, como o projeto estabelece o teto máximo para a tarifa, uma das possibilidades é pressionar por valores reduzidos.

Cíntia alerta para o longo tempo de contrato previsto no programa de concessões. “Serão 30 anos, o dobro do concedido para a Univias em 1998”, aponta. A presidente do Codevat lembra que as cidades da região alta do Vale acabariam passando por três praças de cobrança até chegar em Porto Alegre, devido ao pedágio localizado em Encantado.

“Para que a concessão seja vantajosa ao empresário, é preciso um ganho na logística equivalente ao custo desse pedágio a mais, seja em redução de tempo ou dos custos de manutenção dos veículos”, ressalta. Relata que a maioria das obras de infraestrutura da rodovia estão previstas somente para depois do 10º ano de concessão.

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Competitividade prejudicada

Vice-presidente da CIC-VT, Henrique Purper ressaltou os prejuízos à competitividade da região caso os pedágios sejam confirmados. Segundo ele, a concentração de novas praças ao redor do Vale traria graves problemas para a economia regional. “Em um estado do tamanho do RS, a maior parte do custo de logística ficará para o Vale.”

Ito Lanius citou como exemplo a empresa da qual é proprietário. Afirma que a companhia gasta hoje R$ 5 mil por mês com tarifas de pedágio e calcula que o custo chegará próximo dos R$ 12 mil. “É mais um tributo para pagar, pois a função da Cide e do IPVA é custear as melhorias na malha viária”, afirma. A publicação do edital de concessões está prevista para julho.

Líderes regionais se reuniram na manhã de ontem na sede da Acisan, em Arroio do Meio

Líderes regionais se reuniram na manhã de ontem na sede da Acisan, em Arroio do Meio

Mobilização regional

A audiência pública sobre o plano de concessão está marcada para a próxima quinta-feira, 16. O evento ocorrerá em Porto Alegre e terá restrições quanto ao número de participantes e ao tempo previsto para manifestações.

Diante da proximidade da data, foi decidida a convocação de uma reunião para abranger demais líderes e entidades regionais. O evento será na segunda-feira, 13, às 9h30min, no auditório do prédio 16 da Univates.

Saiba Mais

O plano de concessões de rodovias federais prevê cinco novas praças de pedágio na região Sul. Quatro delas ficariam localizadas no trecho de 200 quilômetros da BR-386, em Tio Hugo, Soledade, Fazenda Vilanova e Montenegro. O quinto posto de cobrança será construído em São João do Sul, Santa Catarina.

 

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