A falta de vagas na educação infantil é um dos problemas latentes de Lajeado. No ano passado uma estimativa apontava a necessidade de criar pelo menos 600 vagas para suprir a demanda. A partir de cada nascimento o número muda. A Secretaria de Educação trabalha no levantamento para saber o déficit exato. O diagnóstico deve ser divulgado nos próximos dias.
O problema afeta a vida de famílias. Uma mãe, que prefere não se identificar, aguarda quase um ano para colocar o filho na creche. Sem ter com quem deixá-lo ela recorreu a uma instituição privada. Todos os meses ela desembolsa R$ 400 pelo serviço. Para garantir uma vaga ela recorreu a Promotoria. Acredita que em breve poderá colocar o filho na escola do município.
Assim como ela diversos pais estão na mesma situação. Alguns esperam há anos por vaga. Outros veem seus filhos ingressarem no ensino básico regular sem ter obtido lugar pretendido.
Transparência
Uma reclamação pertinente é a falta de transparência no processo. Muitas famílias não sabem quantos inscritos aguardam, na sua frente. Além disso, apontam a existência de influência política para assegurar vagas para alguns inscritos.
Para dar mais visibilidade e evitar possíveis favorecimentos, quatro vereadores propuseram um projeto para dar transparência as listas de espera. A matéria foi apresentada em conjunto pelos vereadores Ederson Sphor (PMDB), Carlos Ranzi (PMDB), Mariela Portz (PSDB) e Ildo Salvi (Rede).
Além de ampliar a transparência a proposta pretende manter os dados atualizados. A medida não vigora de forma automática. Os parlamentares irão aguardar período para Secretaria de Educação fazer levantamento e verificar o número exato da fila de espera em Lajeado. Desde janeiro a pasta trabalhava nesse processo.
Pela proposta os dados devem ser divulgados no portal da prefeitura. Em cada escola as listas dos alunos inscritos devem estar fixadas para consulta. No documento deve constar o número de inscrição do aluno, data e hora que a solicitação foi feita e escola pretendida.
Com a relação, os pais podem verificar a posição na fila e a ordem em que estão sendo chamados.
Tempo para análise
A matéria estava na pauta de votação da sessão de terça-feira, mas não foi apreciado. O petista Sérgio Kniphoff pediu mais tempo para análise. O parlamentar pretende verificar junto ao Conselho Municipal de Educação a legalidade do projeto. Texto tem cerca de um mês para ser analisado.
Na avaliação de um dos autores, o peemedebista Carlos Eduardo Ranzi, a proposta é um paliativo. “O ideal é que não se tenha filas, e que todas as pessoas tenham acesso a educação.”
