Agronegócio eleva vagas de emprego no RS

Vale do Taquari

Agronegócio eleva vagas de emprego no RS

Principais atividades da região tiveram resultados negativos na comparação com 2015

Agronegócio eleva vagas de emprego no RS
Vale do Taquari

Estudo divulgado pela Federação Estadual de Economia e Estatística (FEE) mostra o desempenho do agronegócio na geração de empregos. No ano passado, o setor apresentou saldo positivo de 1,8 mil vagas em todo o RS, resultado bastante superior ao alcançado em 2015, quando mais de 4 mil postos foram fechados.

De acordo com a pesquisa, o crescimento nos empregos formais foi verificado nos três segmentos do agronegócio. A principal variação foi no setor “antes da porteira”, que inclui a produção de sementes e mudas certificadas, e a fabricação de máquinas e implementos agrícolas. Foi o primeiro resultado positivo no segmento desde 2013.

O segmento mais relevante para o Vale do Taquari é o “depois da porteira”, que inclui o abate e a industrialização da produção rural. No total, o setor foi responsável pela geração de 630 empregos por meio da CLT.

A fabricação de conservas teve o maior crescimento percentual na criação de vagas. Foram 864 novos empregos, 35,5% acima do registrado em 2015. Proprietário da empresa Santa Conservas, de Mato Leitão, Alan Carlos Bohn Seidel iniciou a produção da marca em setembro de 2015 e ressalta a boa aceitação do produto.

“Somos uma indústria pequena, mas trabalhamos com conservas de qualidade reconhecida”, afirma. Segundo ele, hoje a empresa emprega seis trabalhadores com carteira assinada. Diante da demanda em 2016, dois novos funcionários foram contratados.

Conforme Seidel, a principal dificuldade do setor é a competição com grandes marcas nacionais. “Como trabalham com grande volume de produção, conseguem ter um custo menor e puxam o preço de venda para baixo.”

Proprietário da ALF conservas, Gerson Luiz Alf teve que reduzir em 38% a produção em 2016 devido ao aumento na inadimplência. Segundo ele, as vendas não foram afetadas pela crise, mas a maior dificuldade é de cobrança aos varejistas.

Conforme Alf, o crescimento do desemprego na região de Caxias do Sul e na região metropolitana de Porto Alegre foi o principal responsável pela queda. “São os nossos principais polos de venda e também as regiões mais atingidas pela crise.”

Com a queda na produção, a indústria reduziu em 25% o quadro de funcionários. Hoje, nove trabalhadores compõem a equipe.

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Saldo negativo

A produção de proteína animal apresentou resultado negativo em 2016. De acordo com o estudo da FEE, 678 postos de emprego foram fechados no segmento de abate e fabricação de produtos, e outros 479 nas propriedade cuja principal atividade é a pecuária.

Presidente Executivo da Cosuel/Dália, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas afirma que o desempenho foi afetado pela exportação descontrolada de milho brasileiro. “Acarretou na falta do grão para abastecer as cadeias de produção de suínos, de frango e de gado em geral.”

Conforme Freitas, o cenário obrigou as empresas a importar milho proveniente do Paraguai e da Argentina a preços incompatíveis com o mercado. “No Estado, ainda tivemos aumento do ICMS para produtos derivados de suínos, aumentando ainda mais o custo.”

No caso da Dália Alimentos, o cenário adverso motivou redução volume de abate e, consequentemente, de funcionários. “Outro motivo foram as adequações solicitadas pelo Ministério do Trabalho (MT) em relação às instruções que normatizam as atividades em frigorífico.”

Para 2017, a Cosuel projeta aumento contínuo da produtividade, visando manter a marca Dália competitiva no mercado de proteínas. Por outro lado, Freitas não prevê crescimento nos abates devido às dificuldades logísticas do RS na comparação com outros estados produtores como Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso.

“Não havendo aumento no volume de suínos abatidos, também não haverá aumento nos postos de trabalho”, aponta. Hoje, a Dália Alimentos abate 2,7 mil suínos por dia.

Freitas ainda alerta para discussão na Assembleia Legislativa sobre a redução de 30% no crédito presumido do ICMS. Caso o projeto avance, o presidente executivo afirma que a viabilidade do agronegócio deverá ser reestudada no Estado.

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