Vinte anos após o crime, polícia prende assassino de ex-vereador

Mato Leitão

Vinte anos após o crime, polícia prende assassino de ex-vereador

Dionísio Conrad, o Côco, foi condenado em 2010 e preso na sexta

Vinte anos após o crime, polícia prende assassino de ex-vereador

Dionísio Conrad, o Côco, foi preso pela Polícia Civil na tarde de sexta-feira em uma cancha de bocha na localidade de Santo Antônio. Para evitar a reclusão, desde 2010 ele recorria da sentença que o condenou pelo assassinato do vereador Milton Heisler. Côco era seu suplente de vereador. O crime aconteceu em 1997.
A prisão foi expedida faz dois dias. Os agentes da Polícia Civil de Venâncio Aires vinham investigando a localização dele. Quando foi preso reiterou inocência em relação ao crime.
De acordo com o titular da delegacia, Felipe Cano, Côco não resistiu. “Quando localizamos e foi dada voz de prisão, ele achou que fosse uma brincadeira.”
Pediu aos policiais para passar em uma casa para pegar roupas. Logo após foi conduzido para a delegacia e, em seguida,  ao hospital para passar por exames médicos.

No fim do dia foi levado para a Penitenciária Estadual de Venâncio Aires.

O condenado cumpre 18 anos de prisão. A pena inicia em regime fechado e pode ser reduzida e mudar de regime conforme a progressão.
Côco foi condenado em 2010 em um dos maiores júris da história da Capital do Chimarrão. O julgamento ocorreu na Sociedade Olímpica de Venâncio Aires (SOVA).

Centenas de pessoas acompanharam os dois dias de trabalhos. Ele e Nestor José Fortes eram acusados pelo assassinato. Fortes foi absolvido pelo júri.
Enquanto a defesa entrava com recursos pedindo redução da pena ou anulação do júri, o condenado pôde aguardar em casa a decisão da Justiça. Na época, a definição poderia se estender entre três meses a um ano. Porém, as tentativas de postergar a pena levaram sete anos.
A pena de Coco levou em consideração a condição dele ser réu primário, morar com familiares e ser ex-vereador. Pelo período ele perdeu os direitos políticos.

O crime

Em 1997, o vereador Milton Heisler, 57,  foi encontrado morto no pátio de casa, na comunidade de Sampaio. Ele estava preso a uma corda, pendurado em uma árvore.
Os levantamentos da polícia apontavam para suicídio por enforcamento. Família e comunidade contestaram a tese.
A corda utilizada não pertencia à família. No dia anterior, Heisler recebeu ligações telefônicas convidando-o para um evento “secreto” . Os fatos fizeram o caso ser reaberto em 1998.
Uma nova perícia ocorreu em 2003, quando ganhou novo impulso. Com isso, novas provas e laudos foram obtidos. Três peritos apontaram que Heisler foi estrangulado.
Depois de uma série de tentativas de levar os acusados para julgamento, o júri ocorreu em 2010. Dez testemunhas e os dois réus foram ouvidos.

 

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