De bicicleta ao litoral

Aventura sobre duas rodas

De bicicleta ao litoral

DESAFIO: o casal Carolina Leipnitz e Alexandre Schmidt coloca o pé na estrada para percorrer 600 km até Maquiné

De bicicleta ao litoral

Durante as próximas semanas, Carolina Leipnitz e Alexandre Schmidt vão percorrer 600 quilômetros de bicicleta pelo litoral gaúcho com destino a Maquiné.

Eles querem experimentar a liberdade de percorrer o destino com pouca bagagem, de forma sustentável e gastando menos. Na última parada, participam de um curso de bioconstrução no Sítio Recanto da Mata, com Marcelo Tcheli.
É a primeira vez que escolhem viajar sob duas rodas, mas aventurar-se não é uma novidade para eles. Em 2015 foram protagonistas de uma expedição off-road pela América do Sul. Agora, a ideia é o desafio psicológico que está em jogo.

“Queremos viver a experiência de pensar somente no presente. Estamos aprendendo a nos colocar em situações de vulnerabilidade em que dependemos do suporte e ajuda do outro.”
Para realizar o sonho de viajar de bicicleta, o casal acompanha uma rede social de hospedagem para ciclistas. Nos primeiros dias, já foram surpreendidos com gentilezas. Em Osório, um ferreiro chamado Juarez abriu um galpão para montarem a barraca.

Em Gravataí, uma amiga de longa data proporcionou o pouso. No litoral, Marcelo Petter, Lylian Cândido e Dudu Palaoro também colaboraram. “A história vai se desenhando com a ajuda dessas famílias.

Ao tecer essas redes, me dá esperança nas pessoas, na humanidade. Posso parecer utópica, mas acredito no poder da união”, comemora Carolina.
“A hospitalidade nos marca. Passamos por lugares onde fomos muito bem recebidos. Em outros, houve receio da nossa presença. São extremos”, comenta Alexandre.
Segundo eles, botar o pé na estrada sem sofrer violência foi uma peleja.

Ao percorrer dois dias de viagem pela BR-386, o casal entendeu o problema da mobilidade.”Um policial rodoviário nos orientou para que evitássemos pedalar na estrada e que aconselhassem os amigos ciclistas para que façam o mesmo.

De fato é perigoso”, explica Carolina.
Ela nunca havia percebido que no trecho não havia acostamento. “Por mais que a gente preze e queira a liberdade, ao viajar de bicicleta, seguimos presos ao fluxo dos carros e caminhões.”

Para a lajeadense, as pessoas deveriam ter o direito de ir e vir, sem que representasse um risco mortal. “ Ficamos reféns do que o maior e mais forte quer”, lembra.

No trajeto

De carona na bicicleta, o casal leva tudo que precisa para acampar. Para alimentação, somente o necessário.

A roupa é utilizada por três dias. O lanche é feito na beira da estrada e água não pode faltar.

Além disso, o casal enfrenta o embaraço de ter que explicar às pessoas que não come carne. “É difícil dizer isso porque é algo que está enraizado em nossa cultura. Nos faz sentir um pouco culpados. Parece que estamos fazendo uma desfeita.”

 

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