Mãe busca atendimento especial para filha

Arroio do Meio

Mãe busca atendimento especial para filha

Das dificuldades enfrentadas por Claudina Azevedo, 38, a maior é não conseguir dar à filha Amanda, 10, condições para desenvolver ainda mais o intelecto. A inserção em uma escola da Apae seria importante para um atendimento médico, psicológico e social.…

Mãe busca atendimento especial para filha

Das dificuldades enfrentadas por Claudina Azevedo, 38, a maior é não conseguir dar à filha Amanda, 10, condições para desenvolver ainda mais o intelecto. A inserção em uma escola da Apae seria importante para um atendimento médico, psicológico e social.
Mãe de duas meninas, ela afirma que Amanda, a mais jovem, estuda em escola normal, mas quer um acompanhamento mais primoroso. Ao nascer, faltou oxigênio ao cérebro. Momentos tensos marcaram o parto.
Assim como na primeira gestação, as contrações da segunda iniciaram e logo se transformaram em possibilidade de parto. “Tinha um médico que me atendia, mas ele tava de férias e deixou outra doutora no lugar.”
Claudina conta que, quando foi ao hospital, avisou que era preciso agir rápido, pois, como na primeira vez, a filha logo nasceria. “Mas a médica disse que era só para noite. O bebê nasceu uma hora depois.”
A mãe relata que o parto envolveu uma série de complicações. Desde a cama hospitalar, que fora fixada para ficar sentada, até a falta de UTI neonatal na região. Não havia vaga, então, foram encaminhados ao hospital de Tramandaí. “Nasceu na praia né, filha?”, exclama o pai, José Alberto Blau.
Decorrente das complicações do parto, a paralisia parcial do cérebro afetou os movimentos. Hoje, na cadeira rodas, a menina espera pelo aniversário de 11 anos com boas expectativas. Ela quer de presente um equipamento que lhe permita ler e escrever livremente.
Amanda frequenta o 5º ano de uma escola estadual, no centro. Os movimentos atrofiados das mãos, entretanto, não permitem que ela escreva com papel e caneta. Ela só consegue com teclados.
Moradora do bairro Navegantes, a família relata as dificuldades de conseguir trabalhar fora para ajudar na renda familiar. A menina depende de um adulto 24h. “Ela não consegue nem comer sozinha ou tomar água”, relata a mãe.
Aos 10 anos, a menina planeja um futuro melhor. O gosto pelos animais e por culinária é percebido pelos pais. “Ela olha vídeos de receitas e pede para fazer em casa.” No futuro, Amanda quer se formar e ser veterinária. “Quero ajudar os animais.”

Sem condições para seguir

Quando bebê, Amanda foi inserida no quadro de alunos da Apae em Lajeado. Nos primeiros anos, para sair de casa, era preciso levá-la no colo e segurar a outra filha, de 3 anos, pela mão.
A mãe não tinha com quem deixar a irmã. As dificuldades foram tantas que precisou desistir do atendimento e ficar em casa para cuidar das duas pequenas.
Conforme a diretora da Apae Lajeado, Ana Paula Müller, Amanda fora incluída no setor de Estimulação Precoce ao nascer. E obteve um desenvolvimento adequado. O setor cognitivo foi considerado muito bom.
Segundo relatório de controle da instituição, ela desistiu do atendimento na Estimulação Precoce, permanecendo somente com fisioterapia, em Arroio do Meio. Em 2009, Claudina pediu desligamento total.
Agora que a irmã está crescida, Claudina busca a atendimento na Apae outra vez. Disse não conseguir encaminhamento pelo município. Já procurou as secretarias de Educação e de Saúde e também o Cras, mas ninguém resolveu. “Ela tem potencial, precisa desenvolver”, conclui. Procurados pela reportagem, a Secretaria de Educação e Cras não quiseram se manifestar.

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