Roubo de veículos cresce 16% no ano

Vale do Taquari

Roubo de veículos cresce 16% no ano

Diferente do resultados estadual, região teve aumento nas ocorrências em 2016

Roubo de veículos cresce 16% no ano
Vale do Taquari

Enquanto a maioria dos índices de criminalidade caiu na região, o número de assaltos teve 54 ocorrências a mais no ano passado em comparação com 2015. Os números foram divulgados ontem pela Secretaria Estadual da Segurança.

Os roubos de carros foram os que mais cresceram proporcionalmente, com alta de 15,9%. Já os outros tipos de assaltos tiveram uma elevação de 4,2%. Assim como os assaltos, os furtos cresceram no período de um ano. Foi o crime mais comum no Vale, com 4,4 mil ocorrências em 2016.

No estado, a realidade foi um pouco diferente, com queda de 2,9% nos roubos de veículos. O resultado foi comemorado pelo secretário de Segurança, Cezar Schirmer. No entanto, o especialista em Segurança Estratégica, Leandro Longhi, alerta para inexpressividade dos números. “Na verdade não tem muito o que comemorar, porque os resultados que se obtêm com a redução de furtos e roubos de veículos não são expressivos.”

Apesar da crítica, Longhi reconhece a importância da Operação Desmanche, que combateu o funcionamento de depósitos ilegais de peças, para a redução geral. “A ação que a secretaria faz afeta toda a cadeia de fornecimento de peças oriundas de roubo e furto de veículos.”

Para o especialista, o Vale viveu uma realidade diferente pelo fato de as etapas terem ocorrido prioritariamente na Região Metropolitana.“Isso muda é a operação das quadrilhas, que se organizam em pontos onde está mais facilitada a operação de roubo de veículos.”

O delegado regional do Vale do Taquari, Miguel Mendes Ribeiro Neto, faz uma avaliação diferente. Para ele, a característica dos ladrões de carro da região é diferente na região. Ao contrário do especialista, o delegado avalia que as poucas ações da Operação Desmanche não influenciaram decisivamente nos números. “Acredito que não tenha tido a necessidade específica de uma regularidade da Operação Desmanche no Vale.”

Para Neto, o destino dado aos veículos roubados é muito mais importante para explicar os números. “Muitas vezes o veículo é roubado por uma circunstância temporária, para ser usado em assaltos ou em fugas, e abandonado logo depois.” O delegado regional considera os números dentro da normalidade. “O aumento não é significativo a ponto de gerar um descontrole.”

Redução em 2017

Neto se mostra otimista com a possibilidade de uma diminuição nos índices ainda neste ano. “Acredito que a tendência é de uma diminuição , na medida que mantenhamos o foco em delitos graves.” O delegado justifica a projeção em ações feitas ainda em 2016. “Como houve algumas prisões no ano passado, principalmente de quadrilhas envolvidas nesse tipo de crime, acreditamos em uma redução já neste ano.”

Longhi aponta para necessidade de investir em ações ostensivas para evitar que os crimes sigam crescendo neste ano. “A ação deve ser voltada para ostensividade do policiamento nas regiões mais perigosas.” A proposta esbarra no baixo efetivo policial do estado. “Não tem como fazer milagre, a criminalidade aumenta e o policiamento diminui. Então essa conta não fecha, e com certeza nesse governo não vamos chegar ao equilíbrio.”

Homicídios e latrocínios sobem no estado

Durante a apresentação dos resultados, Schirmer se mostrava satisfeito com a queda nos roubos de carro. Entretanto, o clima de comemoração acabou quando verificado o crescimento no número de homicídios e latrocínios. Em 2016, tiveram alta de 7,2% e 14,6% respectivamente.

O combate aos assassinatos é considerados por Longhi o mais difícil. “A questão dos homicídios é mais complicada, porque está muito ligada ao tráfico de drogas e às guerras entre facções, que estão ficando cada vez mais declaradas.”

Para o especialista, é fundamental o enfrentamento às gangues do estado. “A questão desse combate está vinculada à inteligência, ter uma estrutura forte para entender o que está acontecendo e como essas facções estão se formando.”

foto gráfico violência estuprosNúmero de estupros cai

Schirmer precisou enfrentar um mal-estar enquanto apresentava os resultados da segurança. Logo após comemorar a redução de roubo de carros, o secretário se deparou com os dados a respeito dos estupros, que apontavam alta de 139%. Diante da plateia, Schirmer se manifestou imediatamente. “Estou absolutamente chocado com o número de estupros e precisamos fazer alguma coisa. Mas é sinal de que as mulheres estão denunciando os seus agressores.”

No entanto, poucas horas depois, a Secretaria da Segurança divulgou nota afirmando que o número estava errado. Na verdade, o crime teve redução de um caso em 2016 na comparação com 2015. No ano passado, foram registrados 1.426 casos ante 1.425 em 2015.

A tendência de queda é maior no Vale do Taquari, onde desde 2014 os números se estabilizaram na faixa dos 40 casos. O ano mais crítico foi em 2013, quando foram registrados 69 estupros na região.

Em 2016, foram 43 ocorrências contabilizadas em 29 municípios da região. Isso porque não há dados de Anta Gorda, Canudos do Vale, Coqueiro Baixo, Dois Lajeados, Doutor Ricardo, Forquetinha, Imigrante, Roca Sales e Sério. A contagem é de dois casos a menos do que em 2015.

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