Endividamento alcança 65% das famílias

Lajeado

Endividamento alcança 65% das famílias

Inadimplência chega a 15% dos consumidores atendidos pela CDL Lajeado

Endividamento alcança 65% das famílias
Lajeado
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Pesquisa divulgada ontem pela Fecomércio aponta os índices de inadimplência das famílias gaúchas. O endividamento faz parte da realidade de 65% da população. Conforme o estudo, nos últimos 12 meses, o comprometimento médio da renda familiar é de 31,9%.

Em Lajeado, 15 de cada cem consumidores foram incluídos em restrições de crédito devido à inadimplência em 2016. O balanço realizado por meio do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) mostra crescimento de 15% no índice na comparação com 2015. Apesar disso, o número de pessoas que conseguiram limpar o nome aumentou 25%.

No ano passado, 31.312 clientes foram incluídos no SCPC, enquanto 30,613 foram excluídos da lista. Para o empresário e diretor de Serviços da CDL, Nilton Colombo, os números refletem a redução nos índices de renda e emprego devido à crise econômica.

Segundo ele, a situação financeira do Estado, com o parcelamento dos salários dos servidores públicos, gera um efeito cascata de inadimplência em toda a economia e represa investimentos. Relata que boa parte das dívidas familiares ocorre devido a investimentos em habitação.

“É a chamada dívida boa, pois substitui gastos com o aluguel por meio da aquisição de um patrimônio.”

De acordo com a pesquisa da Fecomércio, o cartão de crédito ainda é o principal canal de endividamento dos gaúchos, apontado por 78,6% dos entrevistados. Em seguida, aparecem os carnês (22,6%) o cheque especial (14,8%) e o financiamento de veículos (10,8%).

Cautela nas vendas

A inadimplência dos consumidores pode impactar gravemente o fluxo de caixa das empresas. Para o dirigente da CDL, a cautela para conceder o crédito no momento da venda é fundamental para evitar o problema.

Conforme Colombo, realizar uma análise de crédito detalhada evita a oferta para pessoas que já enfrentam um alto índice de endividamento. No caso de contas não pagas, ressalta a relevância de registrar o cliente nos cadastros de restrição o quanto antes.

“Isso facilita o processo de cobrança e auxilia a pessoa a não se endividar mais, ajudando assim na regularização cadastro”, aponta. Segundo o empresário, é importante conhecer o cliente para evitar problemas de crédito, algo que facilita a negociação em caso de necessidade.

Vendedora de uma joalheria e ótica, Gisela Wassen, 40, procura ser criteriosa no momento de efetuar uma venda. Segundo ela, as compras parceladas no cartão de crédito são facilitadas, enquanto cheques e crediários só são realizados para clientes com mais tempo de relacionamento. “Vender é fácil, pois todos querem comprar. Por isso, é importante prevenir.”

Gráfico 1 mostra variação do número de endividados ao longo do ano. De quase 68% em janeiro de 2016, baixou para 65% em 2017. O que chama atenção, no gráfico 3, é o salto daqueles que não terão condições de pagar a dívida.

Gráfico 1 mostra variação do número de endividados ao longo do ano. De quase 68% em janeiro de 2016, baixou para 65% em 2017. O que chama atenção, no gráfico 3, é o salto daqueles que não terão condições de pagar a dívida.

Cenário otimista

Presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn acredita em redução nos índices de inadimplência e endividamento em 2017. Porém, alerta para uma recuperação lenta da economia. “Como há ainda muita ociosidade nas empresas, a retomada vai demorar para impactar no mercado de trabalho.”

Segundo ele, a queda da taxa de juros pode contribuir para a renegociação das dívidas. No entanto, alerta as famílias para que façam acordos nos quais as parcelas possam ser pagas sem sacrifícios, dessa forma, a negociação soluciona em definitivo a inadimplência.

Cadastro Positivo

A Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) estima o acréscimo de um milhão de novos consumidores a partir da implementação do Cadastro Positivo previsto pelo governo federal. De acordo com o presidente da AGV, Vilson Noer, o potencial de expansão do crédito no RS com a medida supera 50% do PIB.

Conforme a entidade, a expansão pode significar um acréscimo de R$ 60 bilhões em compras em um prazo de cinco anos. “É possível expandir o crédito no Brasil sem tanta preocupação com aumento da inflação”, alega.

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