A conta de energia elétrica aumentará em média 9% em todo o país. O motivo para a alta é uma indenização de R$ 65 bilhões a ser paga pelo governo federal, nos próximos oito anos, às empresas transmissoras.
A medida ainda precisa passar por audiências públicas antes de ser colocada em prática, e os índices podem variar. O dinheiro da União visa compensar as concessionárias por investimentos nas linhas de transmissão realizados antes do ano 2000 e que não foram repassados por meio das tarifas.
A previsão inicial era começar a repassar os recursos em 2013, no valor inicial de R$ 35 bilhões. A demora do governo ampliou o custo para atuais R$ 65 bilhões.
As indenizações foram acertadas em 2012, durante plano lançado pela então presidente Dilma Rousseff para baratear as contas de luz. Todas as concessionárias que assinaram o acordo têm direito a receber os recursos.
A Aneel estipula para julho o início dos repasses nas contas, que devem seguir até 2024. O custo extra será incluído nos reajustes anuais das tarifas das distribuidoras. Aquelas que ainda não tiverem definido o reajuste terão o custo estimado pela Aneel.
Chineses compram RGE
A concessionária responsável por distribuir a maior parte da energia elétrica do Vale do Taquari teve a maior parte das ações adquiridas pela empresa chinesa State Grid. A maior companhia do mundo no setor comprou 54,6% da CPFL Energia, dona da RGE, por cerca de R$ 14 bilhões.
A State Grid ainda registrará requerimento para comprar as participações societárias remanescentes da CPFL. Também pretende separar, e depois adquirir, as ações ligadas aos projetos de energia renovável da empresa brasileira.
Em outubro do ano passado, a CPFL Energia assumiu o controle da AES Sul, tornando-se a principal fornecedora de eletricidade para o RS, sob a bandeira da RGE. A aquisição custou R$ 1,7 bilhão. A empresa também assumiu uma dívida de R$ 1,1 bilhão e o compromisso de investir mais R$ 1 bilhão em infraestrutura.
Desde 2007, a RGE fornece energia para 1,4 milhão de clientes em 264 municípios gaúchos das regiões Norte e Nordeste. Com a compra da AES Sul, a CPFL ficou responsável por atender 382 das 497 cidades gaúchas, chegando a 2,7 milhões de usuários.
Maior empresa nacional
Fundada em 1912, a Companhia Paulista de Força Luz (CPFL Energia) atua nos segmentos de distribuição, geração, comercialização, serviços e telecomunicações. É a maior empresa nacional do mercado de distribuição, com mais de 9,1 milhões de clientes em 679 cidades em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e RS.
Também é líder na comercialização do chamado mercado livre de energia, com 14,1% de participação. É o segundo maior agente privado do país na área de geração, baseada em fontes limpas e renováveis.
Em 2011, a companhia criou o setor de renováveis, com ativos como PCHs, parques eólicos, termelétricas à biomassa e uma usina solar. Ao todo, o grupo tem capacidade para gerar 3.144 megawatts.
