Shana Müller canta as belezas do interior

Lajeado

Shana Müller canta as belezas do interior

Ícone da voz feminina gaúcha apresenta seu DVD em fevereiro, no Teatro do Ceat

Shana Müller canta as belezas do interior
Lajeado

A cantora Shana Müller acaba de se tornar mãe e, em paralelo, acompanha o nascimento do primeiro DVD, o Canto do Interior. O trabalho marca os dez anos de carreira da gaúcha, que sobe ao palco do Teatro do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), no dia 18 de fevereiro, às 20h30min.

Após três anos, a artista volta à região para mostrar canções que enaltecem a história e a lida do gaúcho no campo. Os ingressos para comunidade escolar custam R$ 25. Demais interessados pagam R$ 50, disponíveis na secretaria do colégio, no Bloco 4.

Shana, que também é jornalista, quer dar voz ao universo feminino na música regional. Participou como solista em festivais e se tornou conhecida com a música Vitória-régia, ao lado de Wilson Paim.

Cantora enaltece a história e a lida do gaúcho no campo

Jornal A Hora – Há engajamento feminino no movimento?

Shana Müller – Acho que o espaço feminino da música regional sempre foi pequeno, talvez muito mais pelas temáticas entendidas como masculinas. De certa forma, pode ter começado a mudar desde que entrei no mercado, uma vez que nunca me restringi a cantar as temáticas entendidas como femininas. As temáticas folclóricas são as mesmas, o que pode mudar é a maneira como as interpreto. É isso que faço no meu trabalho: trazer uma voz feminina para um mesmo Rio Grande, para uma mesma regionalidade brasileira.

Qual é o seu papel na luta feminina pela igualdade?

Shana – A luta das mulheres pela igualdade é algo que vem de muito tempo. As mudanças que vemos agora são resultado da batalha de muitos anos e de muitas mulheres. Vejo isso na música e no jornalismo. Na cultura e no mercado da arte, não é diferente. As mudanças são lentas, mas significativas. Meu papel é dar continuidade onde atuo, seja na televisão, como a primeira mulher a apresentar o programa Galpão Crioulo, ou trazendo a mulher para dentro do galpão, nos palcos, na maneira que me visto, como canto e no que digo às pessoas. Também está presente nos textos que escrevo. Espero, principalmente, inspirar meninas e moças das gerações posteriores.

Qual é o seu compromisso como compositora?

Shana – O movimento regional não é machista. As temáticas entendidas como regionais, muitas vezes ligadas ao homem, mas não posso dizer que, em nenhum momento sofro machismo, seja na contratação de um show ou mesmo pelo público. Assim, há uma resistência à presença feminina. A verdade é que as mulheres atuantes sempre existiram. Meu compromisso é fazer com que elas sejam vistas e sua história reconhecida.

Qual é a música que sensibiliza seu coração quando está no palco?

Shana – São duas músicas que mais me tocam. Uma das que me emociona cantar é Pra Matar Saudade, do Adilson Moura, que está no meu DVD Canto de Interior. É uma música que fala do amor pelo Rio Grande, mas que pode ser o amor da terra de qualquer brasileiro. Além dela, o Xote do Tempo Bom, uma canção do Fausto Prado, me fez pensar no meu filho em todo processo de finalização do disco.

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