Em meio a dúvidas, Lajeadense projeta 2017

Divisão de Acesso

Em meio a dúvidas, Lajeadense projeta 2017

Reapresentação dos atletas e comissão técnica ocorre no dia 23, na Arena Alviazul

Em meio a dúvidas, Lajeadense projeta 2017
Lajeado
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Com vistas ao retorno para a elite do Gauchão, o Lajeadense inicia nesta segunda-feira, 23, a preparação para a disputa da Divisão de Acesso. A reapresentação dos atletas ocorre às 15h30min, na Arena Alviazul. Com 25 atletas, a folha salarial do clube não deve passar de R$ 60 mil.

O presidente Everton Giovanella destaca a dificuldade de fazer futebol no interior. Segundo ele, a falta de apoio é o principal entrave para formar times competitivos. “Hoje quem joga as divisões inferiores do Estadual é chamado de louco.”

Destaca que em 2017 os clubes da Primeira Divisão não ajudarão os da Divisão de Acesso, diferente do que ocorreu nos últimos anos, quando cada um destinava R$ 100 mil. A única ajuda que os times ganharão é a isenção da taxa de arbitragem. “Desse jeito não existe condições de manter um clube em atividade.”

A aposta da direção para a Divisão de Acesso são os atletas da base. Do grupo de 25 jogadores vice-campeão da Copa Sub-19, dez a 12 integrarão o elenco principal neste ano. Conforme Giovanella, o foco em 2017 é subir de divisão, mas, caso isso não acontecer, o clube priorizará a formação de atletas.

Saiba mais

A competição inicia no dia 5 de março com a participação de 16 clubes, divididos em dois grupos com oito times. As equipes jogam em turno e returno, classificando-se as quatro primeiras para as quartas de final. Os finalistas jogarão a primeira divisão em 2018. Os dois últimos caem para a Segunda Divisão, a terceirona.

O Lajeadense está no grupo B, ao lado de União Frederiquense (Frederico Westphalen), Brasil (Farroupilha), Tupi (Crissiumal), Esportivo (Bento Gonçalves), São Luiz (Ijuí), Ser Panambi (Panambi) e Glória (Vacaria).

No grupo A, estão Santa Cruz e Avenida (Santa Cruz do Sul), Guarani (Venâncio Aires), EC Pelotas (Pelotas), Guarany (Bagé), Aimoré (São Leopoldo), EC São Gabriel (São Gabriel) e Internacional (Santa Maria).

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Tabela de Jogos

5/3/17 Estádio Altos da Glória – Vacaria Glória x Lajeadense
12/3/17 Arena Alviazul – Lajeado Lajeadense x Tupi
15/3/17 Estádio Vermelhão da Colina – Frederico Westphalen União Fredeirquense x Lajeadense
19/3/17 Arena Alviazul – Lajeado Lajeadense x Ser Panambi
22/3/17 Estádio das Castanheiras – Farroupilha Brasil x Lajeadense
26/3/17 Arena Alviazul – Lajeado Lajeadense x São Luiz
2/4/17 Estádio Montanha dos Vinhedos – Bento Gonçalves Esportivo x Lajeadense
9/4/17 Arena Alviazul – Lajeado Lajeadense x Esportivo
16/4/17 Estádio 19 de Outubro – Ijuí São Luiz x Lajeadense
19/4/17 Arena Alviazul – Lajeado Lajeadense x Brasil
23/4/17 Estádio João Marimon JR – Panambi Ser Panambi x Lajeadense
26/4/17 Arena Alviazul – Lajeado Lajeadense x União Frederiquense
30/4/17 Estádio Rubro Negro – Crissiumal Tupi x Lajeadense
7/5/17 Arena Alviazul – Lajeado Lajeadense x Glória

“O Lajeadense tem potencial para ser uma nova Chapecoense, basta a gente se unir.”

“O Lajeadense tem potencial para ser uma nova Chapecoense, basta a gente se unir.”

“[…]Estamos tentando fazer o que se pode para o clube não fechar. ”

Em entrevista ao A Hora, o presidente do Lajeadense, Everton Giovanella, relata diversos assuntos como a situação financeira do clube e a falta de apoio da comunidade.

A Hora – O plantel estará completo no dia da reapresentação?

Everton Giovanella – Salvo uma novidade a nível de investimento e patrocínio, a gente não tem condição de trazer mais ninguém. Se acontecer alguma coisa positiva, a gente tentará reforçar, não agora, mas no decorrer da competição, pois neste ano o campeonato será diferente, estando em quarto nesta primeira fase, você está classificado. Então é melhor você chegar mais forte no mata-mata do que fazer uma baita campanha na primeira fase.

A realidade financeira dos clubes do interior não é das melhores. Como está a situação do Lajeadense?

Giovanella – Vou ser bem sincero, falando em nível geral, acho que caminha para o fim. Não existe condições de manter um clube como o Lajeadense, o Pelotas, entre outros. Temos zero apoio em nível de federação, pois eles não conseguem colaborar com os clubes da Série B. Ainda bem que neste ano não será cobrada a taxa de arbitragem, mas eles não conseguem buscar patrocinadores para nos repassar outros valores. Antes os clubes da primeira divisão, eles repassavam um valor, e isso não tem mais. Por isso que arrisco a dizer que se não mudarem as coisas até os estaduais vão ficar comprometidos. A única maneira de se manter em atividade hoje é fazer como o Veranópolis, que fica aberto três meses e depois fecha as portas.

Como se organizar para reestruturar os time do interior?

Giovanella – Sou partidário para abrir mais divisões no futebol brasileiro e ter os estaduais para formar atletas. Inter e Grêmio têm que colocar na cabeça dos torcedores que o Estadual é sim importante, mas é importante para jogar com os meninos da base, como se fosse um preparatório para os campeonatos que eles disputam. Temos que começar a pensar em competições a nível de Brasileiro. Assim jogaríamos o ano inteiro e teríamos o que oferecer para os patrocinadores. Hoje estamos na série B e não temos muito a oferecer, só que vamos divulgar a marca deles na região.

O que fazer para trazer o público de volta ao estádio?

Giovanella – Acho que é hora de outros tentarem. Se alguém tiver ideias e uma solução boa, basta nos procurar. Tenho toda uma história aqui e quem entrar, serei o primeiro a apoiar. Não estou dizendo que vamos sair, simplesmente estamos abrindo a porta, para que se tenha outras pessoas interessadas em fazer o trabalho. Estamos aqui dentro faz muito tempo e talvez não conseguimos achar o que precisamos fazer para atrair o público.

O Lajeadense esteve próximo do acesso à Série C. Hoje amarga a Divisão de Acesso. Quais os motivos que levaram o clube a chegar nessa situação?

Giovanella – Em novembro de 2015, após o jogo contra o River, dei uma entrevista e falei que o Lajeadense tinha chegado ao seu limite e se não tivesse apoio começaria a descer. Tudo que falei aquele dia, naquela entrevista, aconteceu. Não existe conta errada, é só fazer um cálculo simples, parou de colocar recurso próprio, não tem dinheiro para fazer time. Quem estava aqui dentro cansou de fazer as coisas e não ter retorno nenhum. Então essa é a grande verdade. Enquanto o Lajeadense não for abraçado pela comunidade, como foi o caso da Chapecoense, não irá para frente. Eles fizeram os mesmos projetos de lei que nós e foram abraçados pela comunidade. Nós fizemos os mesmos projetos e não tivemos retorno. Então, quando é assim, a gente sente que isso aqui é um problema de poucos, e um desejo de poucos, onde muitos criticam. Estamos tentando fazer o que se pode para o clube não fechar. Em relação a potencial, o Lajeadense tem potencial para ser uma nova Chapecoense, basta a gente se unir.

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