A construção de uma academia ao ar livre no bairro São Bento é motivo de polêmica. A obra iniciada no fim de setembro deveria ter ficado pronta um mês depois, mas até agora segue incompleta. Acabou erguida em terreno particular, e não em área pública, como deveria.
O vereador Eder Spohr foi o responsável por expor a falha. Ele descobriu o caso faz poucos dias. “Alguns moradores relataram para mim a situação e fui atrás para verificar.” Contatou o atual secretário de Planejamento, Rafael Zanatta, e confirmou o erro.
O espaço particular às margens da ERS-413 fica a cerca de 50 metros da área institucional, onde a academia deveria ter sido instalada. Conforme Zanatta, cerca de R$ 8,6 mil foram gastos no trabalho, feito por uma empresa terceirizada do município.
Prejuízo que deve aumentar. Serão investidas horas máquina e mão de obra para retirar o material, e devolver o terreno ao proprietário. Zanatta também cita que haverá gastos com a destinação do material removido e a construção da academia no local correto. “Estamos tomando ciência da situação para planejarmos a nova academia. Em paralelo, tomaremos medidas administrativas para apurar as responsabilidades pelo erro”, cita.
Obra política
Um morador do bairro, que prefere não se identificar, relata que a obra foi rápida e feita alguns dias antes das eleições. “Foi do dia para a noite”, comenta. O trabalho teria sido concluído na sexta-feira que antecedia o pleito. “Quiseram angariar votos, mas não deu certo. Nosso dinheiro mal aplicado por causa de política.” Agora ele aguarda uma solução do município, e espera que a obra seja concluída. Essa seria a segunda vez, em dez anos, que um espaço de lazer é iniciado no bairro, mas fica pela metade.
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Culpa repassada
Na gestão passada, a Secretaria de Agricultura era responsável pela instalação das academias. O ex-secretário Marcos Salvatori admite que houve falha na definição do terreno. Mas culpa a Construtora e Incorporada Imojel pelo erro.
A empresa é proprietária do loteamento onde foi feita a obra. “Sempre que fazem um loteamento, precisam deixar uma área institucional, que fica sob a propriedade do município. E nos disseram que aquele era o local escolhido. A terceirizada foi lá e construiu.”
Porém, a falha teria sido percebida somente quando a empresa contratada pelo município voltou ao local para instalar os equipamentos, 30 dias depois.
“Aí nos informaram que era área particular, e não institucional.” Ele afirma que o problema foi repassado ao setor jurídico do município, para que a Imojel admitisse a culpa, e retirasse a base. Mas até o fim do ano nenhum resultado foi obtido. A situação teria inviabilizado a instalação de outra academia no bairro. “Se eles tivessem feito a coisa certa, a comunidade já estaria aproveitando desde o ano passado.”
