Os setores privado e público se unem para evitar a entrada da influenza aviária no estado. Entre as ações preventivas em andamento, está a compra de equipamentos e insumos sob coordenação do Fundesa, para uma rápida atuação em caso de a enfermidade atingir alguma granja.
“Agilidade no controle de uma doença como essa faz toda a diferença para minimizar prejuízos e preservar a saúde”, afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber.
Um dos produtos que deve ser adquirido por meio do repasse de recursos é um macacão especial, semelhante ao utilizado pelos astronautas. Com alto nível de biossegurança, impede o vírus de atingir técnicos que atuarão em caso de detecção da doença. “São equipamentos fundamentais para garantir a segurança de quem estiver trabalhando em eventuais focos”, explica o coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola no RS, Flávio Loureiro.
Outras medidas, como a instalação de rodolúvios e pedilúvios nos postos de fronteira já está sendo implementada. A Seapi fará também a vigilância nas propriedades no entorno dos sítios de reprodução de aves migratórias, em um raio de dez quilômetros da Lagoa dos Patos e da Estação Ecológica do Taim, por exemplo.
Já foi definida a liberação de verbas emergenciais e atividades da polícia. “Isso já ocorre em casos de enchentes e outros desastres naturais e precisamos ter um plano de contingência já preparado”, relata o chefe da Divisão de Defesa Agropecuária da Seapi, Marcelo Göcks.
Um seminário para orientar o setor avícola sobre a doença ocorre no dia 26, às 14h, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre. O evento reúne produtores, técnicos, empresários, entidades e autoridades ligadas ao setor da avicultura no RS.
O diretor-executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, afirma que o encontro terá o objetivo de conscientizar todos os atores do segmento avícola sobre a gravidade da doença e a importância da prevenção. “Um embargo nos deixa sem opção de venda”, alerta.
Visitas suspensas
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) determinou a suspensão, por 30 dias, das visitas às granjas e áreas com animais vivos. Conforme o presidente Francisco Turra, nunca houve registro do vírus no país, nem mesmo quando aconteceu a maior epidemia do mundo, entre 2005 e 2006. “A sanidade é nosso grande diferencial e precisa ser mantida.”
Nas próximas semanas, qualquer missão de clientes, fornecedores e principalmente de estrangeiros está suspensa. Em países onde o foco ainda não foi registrado, visitas são permitidas após uma quarentena de 72 horas.
A família Walbrink, em Westfália, reforçou uma série de medidas para evitar focos da doença no plantel de 19 mil aves. A estrutura está cercada, a cortina que evita entrada de aves silvestres foi revisada e pessoas estranha não podem entrar no aviário. “Tomamos banho, usamos roupas limpas e colocamos cal virgem na porta. Em 30 anos, nunca registramos qualquer tipo de enfermidade e esse status pretendemos manter”, afirma Sidênia.
Importância da sanidade
O RS é o terceiro maior produtor do país e responde por 14% da oferta nacional. A atividade abrange 10,5 mil famílias. Por ano, são abatidos cerca de 840 milhões de aves. Em 2016, o setor produziu mais de 1,8 milhão de toneladas de carne de frango (746 mil toneladas exportadas) e três bilhões de unidades de ovos.
Programação
14h – Importância da Avicultura do RS e Recomendações ao Setor, Nestor Freiberger (presidente Asgav)
14h15min – Mercados e Importância do Status Sanitário, Francisco Sérgio Turra (presidente da ABPA)
14h45min – Impactos da Doença, ABPA
15h15min – O Papel dos Fundos Privados de Sanidade, Rogério Kerber (presidente do Fundesa)
15h40min – Orientações, Recomendações e Estrutura do Serviço Oficial do Estado, Marcelo Gocks (Seapi)
16h – Orientações, Diretrizes e Recomendações do Mapa/RS, Taís Oltramari Barnasque (auditora fiscal federal agropecuária)
16h30min – Debates, perguntas e encaminhamentos.