Os problemas hidráulicos, elétricos e de conservação na Escola de Educação Infantil Criança Esperança, no bairro Conservas, preocupam os pais. Essa é uma das escolas com piores condições físicas do município. Um mutirão para reparos ocorre no sábado, com auxílio das famílias e de voluntários.
Pelos menos 140 crianças frequentam a escola. Entre elas, os dois filhos e netos da empregada doméstica, Alexandrina da Gama, 43. Segundo ela, era comum a direção da escola contatar pais e responsáveis, em dias de chuva, para buscar as crianças. “Cada vez que chovia, voltava água pelo ralo. As crianças ficavam ilhadas.”
O berçário era o local mais atingido. Faz pouco tempo que foi transferido para outra sala, onde a chuva não atinge. Os problemas não param por aí. A fossa está entupida. “Em um dia de chuva, minha filha veio buscar meu neto. Ele queria ir no banheiro. Na privada, voltava água com esgoto. Ninguém resolve isso.”
A maioria dos reparos é feita pelos pais. Alexandrina conta que o marido, Celso Antônio Wickert, 41, auxilia nos consertos mais complexos como os elétricos e hidráulicos. “Ajudamos sempre, mas tem coisas que a prefeitura precisa fazer. Uma delas é esse problema com o esgoto.”
Ao lado da escola, a gestão anterior fez pequenos ajustes para conter o avanço da água. Conforme a moradora Sueli Lopes de Souza, 52, quando chovia, a área se transformava em um lago. “Colocaram duas cargas de brita aqui. Nos fundos, aterraram. Mesmo assim, acumula água em alguns pontos.”
O local serve de estacionamento para as professoras. A água fica parada em uma distância próxima da escola e oferece risco de proliferação de mosquitos.
Legislativo acionado
Para tentar amenizar alguns problemas, a direção da escola pediu ao vereador Carlos Eduardo Ranzi (PMDB) uma visita. A intenção era buscar meios para dar celeridade à demanda.
O tema foi tratado por ele durante a sessão dessa terça-feira. O peemedebista disse que a precariedade da estrutura interfere no ensino e cobrou uma solução. Ele questionou a qualidade dos espaços adaptados para Educação Infantil. No passado, o local era um posto de saúde.
A reportagem do A Hora contatou a direção da escola para verificar os problemas apontados pelo vereador, mas a nova diretora preferiu não expor.
Reparos na próxima semana
Segundo a secretária de Educação, Vera Plein, o setor está ciente das necessidades. A demanda foi relatada pela nova diretora, Rosilene Magalhães. “Os consertos foram agendados com a equipe de manutenção da SED e devem ocorrer a partir da próxima semana.”
Conforme ela, o desnível no piso da escola é oriundo da reforma e ampliação realizada na gestão anterior. As obras foram autorizadas e fiscalizadas pelo engenheiro responsável.
No ano passado, a escola recebeu três parcelas de recursos para investir em pequenos reparos e aquisições.
Problemas apontados
Uma série de itens foi citada na sessão. Na cozinha, um ralo exposto, sem proteção. O local era o antigo berçário. Quando chove, a cozinha inundava com água da fossa séptica.
O piso tem desnível em diversos cômodos.
Os espelhos estão fixados com fita adesiva. A iluminação é precária. As calhas estão deterioradas. Os banheiros têm ralos entupidos e mau cheiro. Na área externa, parte da fiação elétrica está exposta e o teto tem sinais de apodrecimento.