A falta de vagas na Educação Infantil atinge mais de 400 famílias. O governo ainda não estabeleceu qualquer medida que possa contornar o quadro até o início das aulas, daqui a três semanas, em 6 de fevereiro.
Conforme dados apresentados pela Secretaria da Educação (SED), no ano passado, cerca de 400 crianças aguardavam na fila. A maior falta afetaria alunos com até 3 anos de idade. Para a atual secretária da Educação, Vera Plein, não há um número exato dessa demanda.
A falta de dados precisos, segundo Vera, dificulta o planejamento e as ações para suprir a insuficiência. Diz que uma análise criteriosa sobre a questão está em andamento.“Sabemos que o problema existe, mas não sabemos o tamanho. Quando esse levantamento estiver concluído, poderemos definir as ações necessárias, no médio prazo, para resolver o problema.”
Ela garante que turmas já estariam sendo reorganizadas para oferecer mais vagas. Outra alternativa apontada seria a matrícula dos alunos de 4 e 5 anos na pré-escola de algumas instituições de Ensino Fundamental. Até o ano passado, 63% das crianças dessa faixa etária ainda frequentavam as Escolas Municipais de Educação Infantil. “Colocando eles em turmas criadas nas de Ensino Fundamental, podemos abrir mais vagas nas creches e atender parte da demanda dos menores.”
Porém, a SED não tem uma estimativa de quantos alunos devam deixar as creches e entrar nas escolas. O que impossibilita a contagem de vagas que poderiam ser ofertadas.
Outra opção, apontada pelo prefeito Marcelo Caumo, seria a locação do antigo prédio da AES Sul, próximo ao Parque do Engenho. No local, poderiam ser abertas 150 vagas. Mas, segundo Vera, a possibilidade ainda está em fase de estudos.
Em obras
Enquanto isso, o prédio da creche de Conventos segue em construção. As atividades devem iniciar somente em agosto. Com recursos do FNDE, serão investidos cerca de R$ 1,8 milhão no espaço de 1,5 mil metros quadrados. O complexo terá capacidade para atender 396 crianças em dois turnos ou 188 em período integral. A escola terá ainda pátio coberto e praça.
Espera e Angústia
A caixa Marcia Isabel Nunes, 24, moradora do bairro Floresta, é uma das mães que aguarda por uma vaga. Ela fez a inscrição na Aprender Brincando, do bairro Moinhos, e já sabe que não conseguirá colocar Cecilia na creche até os 4 meses de vida. “Me falaram que pode demorar até um ano. Talvez para abril tenha alguma coisa.”
Como começa a trabalhar em fevereiro, Marcia já calcula os prejuízos. Caso não consiga a vaga, precisará largar o emprego. “Teria que pagar uma cuidadora, mas elas cobram em torno de R$ 400. E eu não tenho condições.” Outras três opções de creches foram colocadas na ficha de Marcia, mas a situação seria a mesma da primeira. “Já me disseram que está tudo cheio e sempre com lista de espera, com preferência para os moradores do bairro.”