Hospital Estrela parcela salários e adia férias

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Hospital Estrela parcela salários e adia férias

Medida é necessária diante dos atrasos do Estado

Hospital Estrela parcela salários e adia férias
Vítima estava internada no Hospital de Estrela desde o dia 19 de maio. Créditos: Arquivo
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Os hospitais são as instituições mais afetadas com o atraso nos repasses do Estado. No início deste mês,  o Hospital Estrela parcelou a folha de pagamento referente a dezembro. As férias daqueles que se afastaram no começo do mês foram pagas ontem.

Diferente do Estado, que divide o salário do funcionalismo em vários depósitos ao longo do mês, a Casa de Saúde parcelou em duas vezes. De acordo com a vice-diretora, Adriana Siqueira, 50% da folha foi depositada no dia 6 e a outra metade no dia 10.

O Hospital Estrela tem 380 funcionários. O custo bruto com a folha de pagamento atinge cerca de R$ 1,5 milhão. Por enquanto, descarta demissões ou redução na prestação de serviços.

Para Adriana, novos parcelamentos podem acontecer nos próximos meses, caso o Estado não faça os repasses em débito.

Os atrasos dificultam a capacidade de planejamento a longo prazo. “Hoje trabalhamos com os recursos que temos em caixa, não contamos com valores que devem ser pagos.” Segundo ela, o Estado afirma estar ciente das pendências, mas não tem recursos para quitar as dívidas e nem uma previsão para honrá-las.

Em 2016, Estrela implantou a Gestão Plena no município. Com isso, os recursos federais e estaduais passam pelo Executivo e depois são direcionados ao hospital.

Na avaliação de Adriana, com essa adequação, a casa de saúde tem garantia do repasse dos recursos da União.

Fôlego

Os contratos com os municípios e os atendimentos particulares e por convênio garantem um auxílio nas contas da instituição. A equipe reorganizou os processos internos sem afetar a qualidade na prestação dos serviços.

Conforme a vice-diretora, recursos em instituições bancárias podem ser um meio para honrar compromissos, mas a medida é descartada no momento. “Não adianta recorrer a essa alternativa sem saber se vamos ter condições de pagar essa nova dívida e os juros.”

 Todos os hospitais passam por dificuldades. O parcelamento é uma consequência disso e tínhamos clareza que poderia ocorrer.” -Camila Hoffmann Enfermeira

Todos os hospitais passam por dificuldades. O parcelamento é uma consequência disso e tínhamos clareza que poderia ocorrer.” -Camila Hoffmann Enfermeira

Sem transtornos

A dificuldade enfrentada pelo hospital é a mesma de diversas instituições do RS. Adriana afirma que a direção procura ser transparente com os funcionários em relação ao cenário financeiro enfrentado.

A enfermeira Camila Bagestann Hoffmann, 36, diz que o parcelamento não impactou no orçamento. “O salário foi quitado quatro dias depois da primeira parte. Foi um tempo curto e consegui pagar as contas a tempo, sem nenhum transtorno.”

Os pais dela são funcionários do Estado, e enfrentam faz meses a incerteza em relação ao pagamento. “Aqui sabíamos quando o valor iria entrar na conta. Essa clareza permite uma organização do orçamento sem maiores prejuízos.”

Dificuldades no HBB

O parcelamento do salário dos funcionários do Hospital Bruno Born não está descartado. Apesar de a instituição ser uma das menos dependentes do Estado, por não ter aderido a alguns programas, a defasagem da tabela do SUS dificulta as finanças da casa de saúde.

De acordo com o diretor-executivo Cristiano Dickel, o endividamento do HBB atinge R$ 28 milhões. Para quitar o 13º dos funcionários, buscaram um empréstimo bancário. O valor chegou a R$ 2 milhões.

Por mês, o Estado repassa ao hospital R$ 256 mil. Pelo menos cinco meses estão em atraso. O débito total supera os R$ 1,2 milhão. Segundo Dickel, uma liminar garantia os repasses dos recursos, mas em dezembro o município não teve êxito e o valor não entrou no caixa.

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