Projeto busca incluir pequenos produtores

Vale do Taquari

Projeto busca incluir pequenos produtores

Cooperativa cria alternativas para manter produção e diversificar as propriedades

Projeto busca incluir pequenos produtores
Vale do Taquari
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Preocupada com a manutenção dos pequenos produtores de leite na atividade, a Cooperativa Languiru, com apoio da Emater, sindicatos, secretarias municipais da Agricultura e da Sicredi Ouro Branco, estuda alternativas para evitar a exclusão das famílias que hoje não conseguem realizar investimentos para atender as exigências do modelo atual, voltado para a larga escala.

Pioneiro na região, o programa começou a ser debatido nesta semana em Teutônia. Conforme o presidente Dirceu Bayer, o objetivo é auxiliar quem enfrenta dificuldades para se adequar às normativas impostas, elevar a oferta de matéria e garantir a compra. “É um trabalho social. Somente em 2016 perdemos mais de 120 famílias que forneciam leite para nós,” justificou.

Para viabilizar à inclusão de novos sócios, a entidade fará uma alteração estatutária ainda no primeiro semestre do ano. É uma forma de valorizar o pequeno, médio ou grande produtor, gerar novas perspectivas de futuro e estimular a permanência dos jovens no campo, afirma Bayer.

Segundo o vice-presidente Renato Kreimeier a vocação produtiva do Vale do Taquari deve ser aproveitada. Temos um enorme potencial na área leiteira, principalmente nas propriedades onde ainda existe a presença de jovens, frisa.

Além do leite, o grupo debateu outras atividades viáveis para a agricultura familiar – plantio de milho, criação de gado para abate, plantio de flores, hortigranjeiros, piscicultura e agroturismo.

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Sobrevivência

O secretário da Agricultura de Estrela, José Adão Braun, enalteceu a iniciativa. O pequeno produtor também precisa sobreviver. É necessário unir esforços. Há caminhos possíveis, assegura.

De acordo com o economista, consultor em pesquisas e gestão empresarial em propriedades rurais, Lucildo Ahlert, existem alternativas além do leite, suínos e frangos e não exigem grandes investimentos. “É preciso organização do setor primário, com planejamento e profissionalismo”, propõe.

Gilson Hollmann, secretário da Agricultura de Teutônia, citou exemplos de atividades já desenvolvidas na região e com potencial de serem mais exploradas – como as feiras do produtor, onde a venda é direta e aumenta o faturamento.

O município conta com 94 propriedades. A produção média por dia é de 60 litros e a idade dos produtores associados à cooperativa Languiru é de 54 anos. Dessas, 25 contam com sucessão encaminhada, mas apenas 14 atuantes.

Em Westfália o cenário é semelhante, com 54 propriedades, média de 55 litros de leite por dia e idade média dos associados em 52 anos. Trinta e quatro têm sucessão e apenas nove produzem leite.

Orientação técnica

O gerente regional da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli, reforçou a aproximação dos profissionais da entidade com o Departamento Técnico da cooperativa na orientação aos produtores. “Não abandonamos o agricultor e sim criamos novas possibilidades com foco na sucessão.”

Para o coordenador regional da Sindical Vale do Taquari, Luciano Carminatti, em paralelo a essas ações, é essencial priorizar o pagamento por qualidade da matéria-prima, como uma forma de estimular quem produz. “Temos que incentivar a diversificação para tornar a propriedade sustentável e oferecer apoio técnico.”

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