Traduções da vida, do cotidiano, ou até mesmo de sonhos e imaginação. A música, por meio de sua letra e melodia, é um espelho do ser humano. Neste domingo, 15, é comemorado o Dia do Compositor. Profissional responsável por transmitir um mundo de sentimentos e experiências por meio das canções.
Denilson de Oliveira, 37, carrega nas veias o instinto musical. Herança do pai Nézio e do tio Jurandir. Músicos autodidatas que o incentivaram a aprender os primeiros acordes. “O Tio Jura sempre foi um grande mestre. Foi quem me passou os primeiros ensinamentos.”
Com eles, “Buiú”, como é conhecido, tocava por todos os lugares da região. “Eu queria sempre estar junto, pedia pra tocar um pouquinho, e cada vez mais tomava gosto pela música.” Por volta dos 12 anos, seguro dos instrumentos, arriscou a escrita.
Hoje, professor de Educação Física e músico, lembra da primeira vez em que rabiscou os versos de uma música. “Era uma declaração de amor. Nada muito bom, mas que me despertou a habilidade e o gosto por compor.”
Entre uma anotação e outra, a aptidão foi aprimorada. “Estava sempre escrevendo sobre algo e tentando melhorar.” No início dos anos 2000, Buiú gravou 11 faixas de um CD do grupo Nosso Jeito, do qual faz parte. Duas delas, emplacaram e até hoje são lembradas pelo público nos shows da banda.
Canções de amor
Estrela do Meu Céu e Viu tratam do tema que mais inspira o compositor: o amor. “Costumo escrever muitas coisas falando sobre relacionamentos vividos, e também aqueles que não chegaram a ser concretizados. É algo que sempre me moveu.”
Não há hora, nem lugar para transpor as ideias para o papel. Elas surgem e a paixão aflora. As horas não passam quando a inspiração vem. Pensa, toca, escreve. “É algo que realmente acontece e me leva para este momento de inspiração e entrega.” Além de pagodes e samba-enredo para a escola de samba Inhandava, Buiú também faz canções de MPB e outros estilos.
Hoje, já contabiliza mais de 50 composições no repertório. Cada uma guardada como se fosse uma passagem direta ao paraíso. “Chego a imaginar alguns artistas gravando minhas composições. Sempre sonhei em escutá-las na voz de cantores consagrados.”
Mas enquanto o sonho não se realiza ele se farta de gratidão em ver as pessoas cantando e sentindo diferentes emoções a partir de suas músicas. “Isso me emociona, me faz perceber que o público se identifica com algo que eu escrevi. É muito gratificante.”