CRE registra 1,1 mil casos de agressões a professores

Vale do Taquari

CRE registra 1,1 mil casos de agressões a professores

Dados do ano passado mostram evolução da violência nas instituições da rede estadual

CRE registra 1,1 mil casos de agressões a professores
Vale do Taquari

O diagnóstico das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves) em 80 escolas estaduais da região apresenta números preocupantes. Contabilizados dados do primeiro e segundo semestre de 2016, foram registradas mais de 1,1 mil agressões verbais e físicas contra professores da rede. No período, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) comemora queda nos índices de vandalismos.

As informações foram repassadas pela coordenadora da 3ª CRE, Greicy Weschenfelder, durante visita ao A Hora. A servidora comemora alguns índices, mas, ao mesmo tempo, demonstra preocupação com as recorrentes agressões contra profissionais da rede de ensino estadual. “Foram mais de mil agressões verbais que, por vezes, são piores do que as físicas”, lamenta.

O número aumentou do primeiro para o segundo semestre. Passou de 446 para 610. Já as agressões físicas se mantiveram estáveis. Foram 49 nos primeiros seis meses do ano passado, e mais 49 nos outros seis meses.

De acordo com a coordenadora, outro índice que cresceu a partir de julho é referente a agressões físicas entre os estudantes. Foram 427 até junho, e mais 541 nos seis meses seguintes. Também houve aumento nos flagrantes de tráfico, posse ou uso de drogas: de dez para 24.

Apesar do saldo negativo de alguns critérios de avaliação, Greicy chama a atenção para aqueles índices que apresentaram redução entre os dois semestres de 2016. Cita, por exemplo, a queda de 228 para 209 no número de ocorrências de bullying. “Este é um dos problemas mais graves, e é um dos maiores desafios na rede escolar. Isso reflete diretamente no rendimento escolar.”

A coordenadora comemora também as diminuições do número de depredações, pichações e vandalismos, que baixaram de 122 no primeiro semestre para 85 no segundo; de assaltos na entrada ou na saída da escola, de seis para dois; e por fim nos arrombamentos ou furtos, que diminuíram de 43 para apenas oito.

PrintIndisciplina é o maior problema

Mesmo com uma redução nos casos de indisciplina, de 1.955, no primeiro semestre, para 1.341, no segundo, o problema ainda é o mais frequente dentro do ambiente escolar das 80 escolas do Vale que foram avaliadas. Com isso, a região segue a mesma tendência do RS, que registrava, até outubro do ano passado, 23,9 mil casos em todas 1.255 escolas estaduais.

Para a titular da 3ª CRE, mesmo com alguns avanços percebidos em diversos critérios, o levantamento comprova a necessidade de manter a iniciativa. “Alguns dados são o reflexo da sociedade. Ocorre na rua, acaba ocorrendo no ambiente escolar. Mas a vantagem é que agora esses dados estão disponíveis. A gente sabe o que está acontecendo. E precisamos intensificar as ações.”

Participação das polícias e MP

Greicy faz questão de enaltecer as parcerias firmadas entre a 3ª CRE e órgãos do Estado como a Polícia Civil (PC), a Brigada Militar (BM), o Ministério Público (MP), Conselho Tutelar e ainda algumas ONGs. Essas formaram, junto com as Cipaves, uma rede de apoio aos mais de 20 mil alunos da rede estadual.

Em 2016, por exemplo, o diagnóstico das Cipaves mostra a realização de 165 palestras, eventos e demais ações desenvolvidas pelos órgãos de segurança junto às escolas. Foram 54 no primeiro semestre, e 111 no segundo.

Loiva Crestani Fauri, diretora da Escola Estadual São João Bosco, no bairro Conservas, em Lajeado, comemora as ações. Entre junho e julho do ano passado, a recorrência de agressões a professores e até contra policiais que palestravam no local quase resultou no fechamento de turmas das séries finais. “Com as ações realizadas a partir de agosto, a realidade mudou muito.”

Hoje, além do projeto-piloto Juntos Caminhando pela Paz, com representantes do MP, BM e PC de Lajeado, a diretora se orgulha do Programa Recreio Legal. “Recebemos mesas de pingue-pongue, camas elásticas e outros brinquedos para os alunos aproveitarem o período. Desde então, a violência e a indisciplina diminuíram. Se voltar, eles sabem que as brincadeiras serão cortadas.”

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