Governo almeja tornar parque sustentável

Lajeado

Governo almeja tornar parque sustentável

Servidores visitaram o local nesta semana. Cenário é de abandono, diz secretário

Governo almeja tornar parque sustentável
Lajeado

A primeira visita do novo governo ao Parque Histórico da Colonização Alemã, localizado junto ao Parque do Imigrante, foi desanimadora. Telhados com graves avarias, falta de roçada e capina, pinguela com buracos e subaproveitamento da área de lazer são alguns apontamentos verificados pela administração municipal nesta semana. A roda do moinho também está quebrada.

Instalado em uma área de 2,5 hectares, o parque foi inaugurado em 2002. Cláudio Schumacher era o prefeito na época. No local, foram reconstruídos com peças originais 17 prédios antigos em estilo enxaimel, uma característica das habitações dos primeiros colonizadores alemães do município e da região.

Durante alguns anos, a Associação dos Amigos do Parque Histórico – formada por voluntários, historiadores e professores de Alemão – auxiliou na manutenção do local. Hoje ela está inativa.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, Douglas Sandri, o aspecto atual do parque é de “abandono”. Ele demonstra surpresa com a falta de manutenção no local que, em 2014 – últimos dados revelados –, manteve uma média superior a 15 mil visitantes por ano.

“Precisamos urgente de uma limpeza geral na área de lazer. Estamos no verão, e é este o momento de maior visitação. Mas hoje, do jeito que está, não há mínimas condições de receber turistas”, reclama o novo secretário. De acordo com ele, a equipe de governo do prefeito Marcelo Caumo ainda finaliza estudos para verificar, exatamente, qual o custo de manutenção mensal do parque.

Os serviços de capina e roçada nas vielas, jardins e demais áreas do Parque Histórico – ou Deutscher Kolonie Park – devem iniciar ainda nesta semana. Para tal, o governo municipal deve trabalhar com efetivo próprio de servidores. Mesmo assim, Sandri não descarta utilizar empresas terceirizadas. “O jurídico autorizou a retomada dos serviços de roçadas”.

Pórtico do Parque Histórico, inaugurado em 2002, chama a atenção pela beleza. Dentro da área, cenário é de abandono

Pórtico do Parque Histórico, inaugurado em 2002, chama a atenção pela beleza. Dentro da área, cenário é de abandono

Promessas há quatro anos

Em fevereiro de 2013, o então secretário de Cultura e Turismo (Secultur), Eduardo Muller, convocou a imprensa para mostrar a situação precária em que se encontravam as instalações do Parque Histórico. Em uma sala localizada no subsolo do pórtico, haviam centenas de documentos e livros antigos amontoados e se deteriorando em função das goteiras e da umidade.

Entre os materiais, jornais alemães de 1914, fotografias, documentos, quadros e manuscritos produzidos há mais de 150 anos. Tudo provinha de doações de família. Já no prédio ao lado do moinho, haviam 20 máquinas de escrever no chão. Quase todas quebradas junto a placas comemorativas, vitrolas, projetores de filme e até um piano do início do século passado.

A ideia do governo da época era fazer do local um complexo cultural, e transformá-lo em um patrimônio histórico para angariar recursos. Ainda conforme o então responsável pela Secultur, ensaios de orquestras, peças de teatro, oficinas de Artes Cênicas e artesanato, apresentações musicais e eventos diversos eram propostas para aumentar o fluxo de visitantes. Havia, até, a intenção de transmitir todas as atrações por meio de rádio e WebTV.

“É possível fazer com que o Parque gere receita […]”

A maioria das ideias apresentadas pelo governo anterior não saiu do papel. Estudou-se, também, a transferência da Secultur para o pórtico do parque. E os investimentos foram discretos. O último, realizado em maio de 2016, consistiu na troca de parte da canalização pluvial. Sandri quer apoio da iniciativa privada e entidades civis para tornar o empreendimento autossustentável.

“Há alguns prédios de entidades lá dentro, mas queremos apoio de todas, assim como de setores da iniciativa privada. É possível fazer com que o parque gere receita própria para custear a manutenção e os investimentos. Vamos aprofundar os estudos nesse sentido”, garante o secretário.

Incentivo a eventos, otimização dos custos e atração de investidores serão as primeiras medidas a serem tomadas pela secretaria. Sobre uma possível cedência de uso de toda área, tal como foi feito com o parque histórico em Nova Petrópolis, por exemplo, Sandri prefere não comentar a respeito. “Neste momento, queremos ver quais as reais possibilidades de fazer mais com menos custo”, finaliza.

Acompanhe
nossas
redes sociais