Agroindústria valoriza  produção de mandioca

Lajeado

Agroindústria valoriza produção de mandioca

Família processa 40 mil quilos da raiz por ano

Agroindústria valoriza  produção de mandioca
Lajeado

Após serem empregados durante mais de dez anos em frigorífico e indústria calçadista, Rosane e Antônio Lottermann, do bairro São Bento, voltaram para o campo. Com orientação técnica da Emater, trabalham desde 2015 para legalizar a produção de aipim descascado, alimento que ao longo de 12 anos foi vendido de forma informal e ajudou a incrementar a renda da família.

Por ciclo, são cultivados quatro hectares da raiz e processadas 40 toneladas do produto ao ano. Toda matéria-prima é vendida in natura. Hoje, além da venda em pequenos mercados locais, parte é destinada a escolas por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), o que garante, inclusive, melhores preços.

Antes o valor do quilo era cotado entre R$ 0,80 e R$ 1,50. Agora ultrapassa os R$ 4. Até fevereiro, a agroindústria recebe o rótulo e o selo de procedência. “Sair da informalidade ajuda a abrir novos mercados”, projeta Lottermann.

De acordo com a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Andréia Binz, o repasse de R$ 10 mil por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper) possibilitou a compra de uma câmera fria para armazenar dez toneladas do produto. O produtor paga apenas 20% do valor. Para conseguir melhor remuneração, o casal projeta a compra de uma segunda estrutura. A ideia é iniciar a venda após a colheita, no mês de agosto, quando começa o período de entressafra. Conforme Rosane, a demanda é maior do que a oferta.

Sucessão

Na agroindústria, tudo é feito em família. Além de Antônio e Rosane, o filho Bruno, de apenas 13 anos, demonstra interesse em dar continuidade ao trabalho no campo. “Ele quer fazer o curso Técnico Agrícola”, comemora Rosane.

Entre as dificuldades, destacam o crescimento do bairro e os furtos. Para incrementar a renda e possibilitar que os três filhos no futuro permaneçam na atividade rural, o casal quer diversificar e aumentar o mix de produtos industrializados no local. “Queremos construir estufas para cultivar hortaliças e comprar uma nova área de terras para aumentar a produção de aipim”, conta Rosane. A produção de leite será abandonada no próximo ano.

Para o assistente técnico regional da área de Organização Econômica da Emater/RS-Ascar, Alano Tonin, os benefícios da implantação de uma agroindústria são diversos e passam não apenas pela comercialização direta com valor agregado. “Há também a qualidade de vida, o sentimento de ser ‘dono’ de um negócio e, no caso da família Lottermann, a perspectiva de sucessão familiar”, analisa.

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