Insegurança no Parque dos Dick alerta população

Lajeado

Insegurança no Parque dos Dick alerta população

Área inaugurada em 2004 é mais usada no verão. Frequentadores pedem segurança

Insegurança no Parque dos Dick alerta população
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A falta de iluminação, aliada ao fim do contrato de vigilância privada, aumenta o temor de assaltos no Parque Professor Theobaldo Dick. Com uma área de 165 mil metros quadrados, que interliga os bairros Centro e Moinhos, o espaço recebe um público maior entre os meses de novembro a março, em função do horário prolongado e do calor. Devido à insegurança, essa realidade vem mudando.

Os assaltos e furtos são recorrentes naquela região. Uma das últimas ocorrências aconteceu faz pouco mais de duas semanas. A vítima, de 37 anos, trafegava pela rua João Abott e acessava o estacionamento. Ao descer do veículo, o homem foi rendido por três indivíduos que exigiram a chave. Um vestia uma touca ninja.

Nos últimos dias, a pouca iluminação – principalmente na pista atlética e no entorno do lago – alertou ainda mais os usuários. Pablo Mayer, 35, é um deles. O empresário e pizzaiolo trabalha no centro e, por vezes, costuma voltar tarde da noite para o apartamento onde mora, construído ao lado do parque, quase junto ao Ginásio Nelson Brancher, o popular “Claudião”.

“Eu não sinto medo. Costumo voltar depois da meia-noite e apenas procuro evitar os pontos mais próximos dos matos. Mas imagino que nós, homens, temos menos problemas. Quem deve sofrer mais com a insegurança são as mulheres”, diz, acrescentando que a irmã de uma amiga, de 15 anos, foi assaltada em plena luz do dia por dois usuários de drogas que levaram o celular da jovem.

Em nota, o secretário de Segurança Pública (SSP), Paulo Locatelli, garante que a administração municipal está ciente dos problemas. “Não temos como afirmar neste momento quanto será investido. Já vamos encaminhar a demanda da segurança para a Brigada Militar (BM) para que tome conhecimento e as providências necessárias enquanto a administração avalia outras alternativas possíveis.”

Homicídios diminuem

Em maio de 2014, reportagem alertava para a recorrência de homicídios no parque. Foram quatro crimes entre janeiro de 2012 e aquela data. O primeiro caso envolveu Claudemir Carvalho Júnior, de 35 anos, encontrado morto na rua Santos Filho com um tiro na cabeça. Duas semanas depois, próximo aos brinquedos da praça, Rodrigo da Silva, 25, levou dois tiros e morreu.

Já em janeiro de 2013, Jonatan Vagner Brandão, 20, foi encontrado morto com vários disparos pelo corpo e um golpe de faca no rosto. O corpo estava na pista de caminhada que circunda o lago do parque. O último caso foi em fevereiro de 2014. Luís Henrique da Rosa da Silva, 28, conhecido como “Renteria”, morreu no Hospital Bruno Born (HBB). Ele estava em frente ao ginásio “Claudião”, por volta das 21h de um domingo, quando foi alvejado.

No ano passado, em janeiro, a Polícia Civil também investigou a morte do aposentado Vilnei Carlos Silveira Neto, 59, que era suspeito de ter cometido uma dupla execução dias antes em Cachoeira do Sul, onde morava. Ele foi encontrado morto por volta das 8h30min em uma das pistas de caminhada. Testemunhas disseram que ele se suicidou.

História e projetos no papel

O governo comprou em 1990 os terrenos que hoje compõem o parque. Oito anos depois, Cláudio Schumacher iniciou as obras no local. A primeira etapa do projeto consistiu no alargamento e na pavimentação da rua Santos Filho, construção da calçada e a iluminação. Seis anos depois, o parque foi enfim inaugurado. O Executivo investiu R$ 5 milhões em pavimentações, nivelamento das margens do lago, arborização, quadras, pistas e campos esportivos e iluminação.

Desde a inauguração, foram poucos investimentos e muitos projetos. Entre as propostas concretizadas, uma pista de skate, em 2009, que custou cerca de R$ 100 mil. Antes disso, em 2008, o governo concluiu a concha acústica. Na última gestão, sob comando de Luís Fernando Schmidt, foi instalada uma academia ao ar livre, ao lado das canchas de areia.

Estava prevista ainda a colocação de uma cobertura sobre os aparelhos. Mas a obra não saiu do papel. Assim como ainda não saiu do projeto a construção de uma pista oficial de bicicross nas proximidades da rua Francisco Oscar Karnal, que pode custar cerca de R$ 1,1 milhão.

Além disso, há projetos em parceria com a Univates para expansão do parque, utilizando as áreas públicas do CTG Bento Gonçalves e do antigo campo do São José. Nesses pontos, a ideia é construir quadras esportivas, campos de futebol 7, estacionamento, banheiros e espaços de convivência. Até o momento, não há prazo para início e conclusão.

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