Indústria calçadista reabre vagas de emprego

Teutônia

Indústria calçadista reabre vagas de emprego

Fábrica acredita em gradual recuperação do setor ao longo deste ano

Indústria calçadista reabre vagas de emprego
Teutônia

Desde meados de dezembro, a fábrica da Picadilly procura funcionários para atuar na produção. O objetivo da empresa é repor as vagas fechadas em 2016, quando a instabilidade econômica afetou as vendas de calçados no país e no exterior.

Segundo a coordenadora de Gestão de Pessoas, Edirlene da Silva Costodio, a projeção é de melhora nos resultados ao longo de 2017. “Por meio da participação em feiras e dos relatos dos vendedores externos, temos sentido um mercado mais receptivo, assim esperamos um ano melhor.”

Outro fator que leva a empresa a contratar é a criação do setor de injetados, no qual os calçados são fabricados de forma mais rápida.

Edirlene garante não haver muitas restrições quanto à idade e formação dos contratados. “A partir dos 16 anos já contratamos. Porém, para alguns cargos específicos, precisamos de pessoas com maior qualificação.”

A coordenadora afirma que a maior dificuldade é encontrar costureiras com experiência. Para suprir esse déficit, a Picadilly ampliou os cursos de formação interna para os novos funcionários.

Sindicato se mantém cético

Contrariando o otimismo da empresa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Calçadistas de Teutônia (Siticalte), Roberto Müller, toma uma posição mais cautelosa ao projetar o mercado calçadista neste ano. “O momento é bom, tivemos uma recuperação em razão das vendas de fim de ano. Agora, até quando isso vai durar é impossível prever”, avalia o sindicalista.

Müller lembra que um movimento similar de contratações também foi feito pela Picadilly em 2016, mas foi pouco efetivo. “No ano passado eles também contrataram e depois demitiram 300 pessoas.”

Produção asiática cria problemas

Nos últimos anos, o grande concorrente do calçado brasileiro tem sido o produto chinês. De acordo com Müller, esse cenário vem mudando. “O mercado chinês já está mais controlado em razão de algumas sobretaxas.”

Mesmo com o enfraquecimento chinês no mercado internacional, outros países asiáticos têm concorrido com o calçado brasileiro. “A China reduziu bastante a importação, mas outros países cresceram. A Índia, por exemplo, está entrando muito forte no setor”, salienta o sindicalista.

Para Müller, a saída é a indústria brasileira se modernizar, reduzindo gastos e desperdício. Por parte do governo, o presidente destaca a importância de reduzir impostos e a burocracia, dois entraves que aumentam o custo do produto nacional.

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