O desenvolvimento de projetos voltados para energias sustentáveis faz parte das pretensões do gaúcho Pablo Palhano, 37. Neste ano, começará a produzir, na Coreia do Sul, tecnologia para veículos elétricos.
A produção será uma cooperação entre países. Palhano e acionistas sul-coreanos desenvolverão baterias regenerativas para usar em motores elétricos, fornecidos por uma empresa norte-americana.
A tecnologia substitui os motores movidos à combustão e reduz para três minutos o tempo de recarga. Além disso, garante a possibilidade de percorrer longas distâncias sem precisar realimentar o sistema.
Hoje, as fontes de alimentação dos motores elétricos precisam recarregar por até dez horas. A maior parte desses veículos consegue fazer um trajeto de 200 quilômetros. A demora torna o uso quase inviável.
A intenção é produzir mais de cinco mil itens por mês. No início das atividades, a tecnologia será direcionada para ônibus e caminhões. “No futuro, nossa ideia é ter modelos próprios de automóveis para disponibilizar no mercado.” Até isso, pretende fornecer o produto para montadoras.
O objetivo é ampliar, até 2020, o número de veículos com a técnica na frota brasileira. Empresas da Região Sul do Brasil sinalizaram interesse em fazer as primeiras aquisições. Organizações da Bahia e Rio de Janeiro também demonstraram pretensão. No futuro, acredita, o empreendimento do brasileiro deve ter bases de suporte no Brasil.
Difundir conhecimento
Uma cláusula do contrato assinado por ele, junto ao governo coreano, abre a possibilidade de parceria com universidades brasileiras para estudar a tecnologia. “Isso significa recursos sul-coreanos sendo aplicados na pesquisa das instituições do Brasil.”
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Trabalho social
Ele pretende direcionar parte do lucro para ações sociais. Um dos primeiros investimentos será aplicado na criação de fundações para atender crianças. A primeira unidade deve ser trazida para Lajeado no próximo ano. “Quero colocar pelo menos cinco fundações no RS e outras pelo país.”
A ideia de Palhano é oferecer atividades extracurriculares para crianças no turno oposto ao escolar. “As crianças participariam de atividades esportivas, culturais e pedagógicas. Suas habilidades seriam potencializadas de acordo com suas aptidões.”
Ele também pretende trazer para Lajeado um hospital infantil e um veterinário. Outras cidades também seriam contempladas com o projeto.
Na Região Nordeste, Palhano pretende fazer um investimento vultoso em um projeto de energia e dessalinização da água do mar. “Pretendo investir em usinas de energia solar no Nordeste. Essa energia será usada com custo zero para dessalinizar a água do mar e levá-la para a população dessa região.”
Projeto de geração de energia a partir do lixo é uma tecnologia coreana que Palhano pretende trazer para o país.
Envolvimento
Palhano é formado em Educação Física pela Univates e em Comércio Exterior pela Uninter. Pratica artes marciais desde criança e até hoje oferece aulas de taekwondo. Sempre buscou aprofundar conhecimento na área de eletrônica e mecânica.
Natural de Ametista do Sul, veio ainda criança para Lajeado. Hoje reside em Curitiba e atua na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Coreia. Segundo ele, a entidade foi fundamental para abrir caminhos e encontrar parceiros para executar o projeto.