Casas de saúde restringem atendimentos

Vale do Taquari

Casas de saúde restringem atendimentos

Dívida do Piratini com os hospitais chega a R$ 180 mi e ameaça acerto dos salários

Casas de saúde restringem atendimentos
Vale do Taquari

O sistema de saúde inicia o ano com mais preocupação à sociedade. Devido ao descaso do governo estadual, a Federação dos Hospitais Filantrópicos e Santas Casas do RS clama pelos recursos atrasados. As 245 entidades têm R$ 180 milhões a receber referente a serviços específicos contratados.

O déficit no orçamento comprometeu as instituições. Conforme levantamento da federação, 60% dos hospitais não têm como pagar a folha de pagamento de dezembro até essa sexta-feira.

Além disso, 42% estão com salários de outros meses atrasados. Cerca de 39% não conseguem pagar as férias dos funcionários e 27% ainda não pagaram o 13º salário dos servidores.

Diante da falta de comprometimento do Estado, hospitais da região projetam suspensão de atendimentos. O prazo estimado é até março. Caso não haja aceno por parte do governo, profissionais podem ser dispensados e, inclusive, os horários de plantão alterados.

Conforme o vice-presidente da federação e diretor do Hospital Ouro Branco (HOB), de Teutônia, André Lagemann, algumas instituições conseguiram liminares na Justiça, mas, para a maioria, o cenário é preocupante. A exigência é que haja um calendário para o pagamento dos atrasados e regularidade nos repasses futuros.

Governo deve R$ 1,9 milhão ao Ouro Branco

Com 237 funcionários, o HOB aguarda o pagamento de R$ 1,9 milhão do Estado. O montante é referente a programas ofertados em março, abril, maio, outubro, novembro e dezembro do ano passado. O 13º salário dos funcionários foi pago com dinheiro repassado pelos municípios de forma antecipada. A medida também garantiu o pagamento dos médicos.

Desde 2014 a instituição busca tranquilidade para ofertar o serviço à comunidade. Em dois momentos, houve suspensão de cirurgias eletivas. As projeções futuras para contenção de gastos são mais drásticas, como redução no número de plantonistas e até profissionais que trabalham em sobreaviso, para casos de urgência e emergência. “Ainda estamos mantendo serviços, mas aguardamos aceno do Estado. Março será um divisor de águas”, afirma.

O Mês da Misericórdia, em agosto, apresentou dados e pediu clemência ao Estado. A reunião com prefeitos também reforçou a importância dos convênios. Para Teutônia, foi feito pedido especial quanto à gestão plena. Com os recursos passando pelo município, a chance de equilibrar as finanças e garantir regularidade é maior. O processo está em estudo com a administração municipal.

Hospital Estrela aguarda Estado

Em Estrela, a situação também é delicada. Conforme a vice-diretora do hospital, Adriana Siqueira, falta receber os incentivos para programas de março, abril, maio e novembro. A dívida totaliza R$ 850 mil.

A instituição trabalha no limite das finanças, mantendo o quadro funcional. “Estamos trabalhando renegociações com fornecedores, prorrogando prazos de pagamento, inclusive de férias e folha de pagamento, otimização de recursos, entre outras ações internas, contando sempre com o comprometimento das diversas equipes, o que nos estimula a seguir em frente”.

No Hospital Estrela, são realizadas 43 internações por mês e três mil atendimentos no Pronto Socorro. Conforme Adriana, até o momento, não houve redução de atendimentos ou serviços realizados. A alteração no sistema depende da resposta do Estado. “A entidade que representa os hospitais aguarda uma posição da Secretaria Estadual de Saúde acerca da quitação da dívida.”

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