Convento pode se tornar um centro cultural

Imigrante

Convento pode se tornar um centro cultural

Produtora pretende restaurar patrimônio municipal construído entre 1939 e 1952

Convento pode se tornar um centro cultural
Vale do Taquari
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O projeto para transformar o Convento Franciscano São Boa Ventura em um centro cultural carece de investidores. Empresários, líderes comunitários, religiosos e produtores buscam patrocínios via Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e Lei Rouanet. Só a primeira fase está orçada em R$ 4,8 milhões. A administração municipal confirma uma contrapartida de R$ 500 mil. Segunda fase custará mais R$ 3 milhões.

A intenção do projeto é fazer com que o centro cultural seja operado pela instituição mantenedora – Instituto Cultural São Francisco de Assis – e pelo Executivo de Imigrante. A ideia é iniciar as obras de adequação até 2020.

Desde setembro, quando a proposta foi apresentada, a Bremil, de Arroio do Meio, e a gráfica Rota, de Estrela, confirmaram recursos – não divulgados – via LIC. Por meio desse mecanismo, a produtora pretende angariar R$ 3,2 milhões. A Bertolini, de Imigrante, deve ser a próxima a integrar a iniciativa.

Já por meio da Lei Rouanet o projeto está registrado com o número 150327. No site do Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic), a proposta está autorizada a captar até R$ 1,1 milhão. No entanto, desde setembro de 2015, foram captados só R$ 18,5 mil, menos de 0,25% do necessário.

Conforme a produtora cultural responsável, Carmen Langaro, a aprovação do projeto em meio à instabilidade política e econômica interferiu na captação de recursos. Ela explica que, para iniciar qualquer modificação na infraestrutura, é necessário ter 50% do valor depositado na conta do projeto. O montante registrado hoje é mínimo comparado à totalidade.

Pela Rouanet, cidadãos e empresas podem aplicar em projetos parte do Imposto de Renda devido. Para o primeiro, o limite é até 6%. Já as empresas podem repassar até 4%. “É pago quando tem lucro. Se falta lucro, não pode aportar. A LIC é sobre o ICMS. Só tem benefício quem tem ICMS a pagar. Quem reduziu devido à instabilidade não tem para contribuir. É uma matemática tributária financeira delicada de se tratar.”

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Contrapartida às empresas

Com aceno de melhorias gradativas no cenário econômico, Carmem e os Amigos do Convento – tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Município – acreditam em mais apoiadores. Como contrapartida, ofertam a exposição da marca no centro cultural. Placas de orientações levarão logomarca dos investidores por determinado período.

Além disso, a produtora projeta citação das empresas em notas de assessoria de imprensa, especialmente na inauguração da obra, presença de marca na página web e redes sociais e nos anúncios, conforme plano de divulgação. Ainda prevê naming rights para patrocinadores master.

Aqueles apoiadores com maior volume de recursos aportados poderão associar nome ao ambiente. Por exemplo, caso uma empresa invista no teatro, poderá ter o nome em placa grande com o reconhecimento pela realização, afirma a produtora cultural.

Para motivar ainda mais os interessados, serão disponibilizadas cotas. Os investidores poderão ocupar os espaços do centro cultural de forma gratuita, mediante agendamento prévio. Serão permitidas confraternizações, reuniões e demais atividades de integração. O ingresso para espetáculos também será ofertado de forma gratuita, seguindo o mesmo sistema.

Teatro para 180 pessoas

O convento é conhecido no RS pelo estilo arquitetônico construído na década de 1940. A transformação do local em centro cultural tem como objetivo torná-lo referência em cultura. Para tal, a principal medida é a construção do Teatro Boaventura, com capacidade para 180 pessoas e salas multiculturais.

A construção do terraço é outro detalhe importante da obra. Sobre a estrutura, haverá jardim e a altura no prédio proporcionará visão diferenciada da cidade. Para a produtora cultural, os bons ventos de 2017 contribuirão para a realização da obra.

História do convento

O convento foi construído pelos frades franciscanos holandeses entre 1939 e 1952 para ser a casa de formação dos noviços, na preparação para a vida religiosa. Tudo em uma área construída de três mil metros quadrados.

Foi construído em pedra grés, em estilo monástico. De 1942 a 1989, o local alternou períodos como casa do noviciado, faculdade de Filosofia, seminário menor para os iniciantes, além de abrigar a biblioteca de filosofia e teologia dos franciscanos, com 15 mil volumes. Em determinado momento, havia 140 pessoas no local. Hoje, são apenas sete frades.

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