Genética influencia no ganho de peso

Vale do Taquari

Genética influencia no ganho de peso

Pessoas engordam ou emagrecem de acordo com a alteração nos genes, aponta pesquisa

Genética influencia no ganho de peso
Vale do Taquari

Emagrecer está no topo das promessas de Réveillon. O objetivo é se livrar dos quilos acumulados durante o ano que passou, e aproveitar o verão com um físico novo. Porém, conforme um conjunto de pesquisas recentes, feitas nos Estados Unidos, não basta apenas força de vontade e dedicação para combater ou prevenir o excesso de peso.

Seria necessário que cada pessoa seguisse um tratamento único. Pensado exatamente para driblar os motivos que lhe fizeram ganhar peso. Segundo os estudiosos, existiriam inúmeras causas, tanto que já teriam sido descobertos 59 tipos de obesidade.

Enquanto alguns engordariam pelo consumo excessivo de produtos industrializados e sedentarismo, outros ganhariam peso a partir de disfunções hormonais, consumo de remédios, estresse, alterações do metabolismo ou doenças adquiridas.

Cada uma teria menor ou maior influência no organismo de cada pessoa, dependendo dos genes que ela leva consigo. Segundo os pesquisadores, mais de 300 facilitariam o ganho de peso. Com uma coleção deles, as chances de se tornar obeso seriam totalmente ampliadas.

“A influência da genética sobre o metabolismo é bastante expressiva. Por isso ter familiares obesos pode sim levar o indivíduo a um maior risco de ter excesso de peso, mas não determinará que esse seja obeso”, considera a médica Morgana Rafaela Sauressig.

Preguiça ou doença

Sair do sedentarismo é uma das opções para quem quer perder peso e ganhar saúde. Mas nem sempre algo fácil. Conforme uma pesquisa divulgada pelo periódico científico Cell Metabolism, a preguiça pode não ser a causa dessa dificuldade. Pessoas com excesso de peso teriam uma disfunção nos receptores de dopamina, o que as deixaria menos dispostas. Assim como ocorre em quem tem Parkinson. Os testes foram feitos em camundongos, que a partir de agora passarão por uma dieta. O autor principal do estudo, Alexxai Kravitz, neurocientista do Instituto de Diabetes e Doenças Renais e Digestivas, avaliará como ficará a dopamina deles a partir da perda de peso.

Exame a fundo

Portanto, ter uma propensão genética significa que a pessoa deverá se esforçar mais do que as outras para se manter dentro dos parâmetros corporais adequados. Para estipular a dieta ideal, os nutricionistas têm hoje um aparato tecnológico.

Segundo Mônica, há a possibilidade da realização de um mapeamento genético do paciente. Por meio do exame, são analisadas todas as variações de genes, o que permite maior precisão no tratamento. “Tudo precisa ser feito de uma forma individualizada, respeitando, além da genética, o histórico de patologias”, cita. Caso não avance estrategicamente sobre cada uma das causas que o levaram a engordar, o indivíduo pode não obter os resultados esperados.

O esforço sobre a genética

Para a jornalista Clarissa Jaeger, 35, não foi nada fácil vencer a herança dos pais. Com histórico de diabetes e colesterol alto na família, ela sofreu com o ganho de peso desde a infância. Aos 7 anos, fez a primeira dieta. O acompanhamento nutricional nem sempre bastava, e ela acabava desistindo. “Voltava tudo a ser como era.”

Depois de concluir a graduação em Jornalismo, e aliviar o estresse, Clarissa conseguiu manter o foco e seguir o desafio até o fim. De março de 2015 até agora, ela emagreceu 59 quilos, com muito exercício e planejamento alimentar. Todo o plano foi desenvolvido especificamente para ela.

“Acredito que isso tenha influenciado sim, mas no meu caso foi muito mais uma questão comportamental.”Como o corpo já estava acostumado aos maus hábitos, a mudança só foi possível a partir da atitude e determinação. “Foi uma questão de deixar certas coisas de lado e encarar.” Para os exercícios, ela fazia cara feia. Mas teve que se adaptar. Depois de um tempo, além das caminhadas diárias, ainda retomou as aulas de patinação. Uma atividade que lhe ajudou tanto na restauração psicológica quanto física. “É um prazer.” Hoje, ela ainda se mantém na linha. Vai à nutricionista toda semana e faz exercícios regulares. Sabe que precisa tomar cuidados para manter a qualidade de vida adquirida.

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