O vereador Waldir Blau (PMDB) reassume a cadeira do Legislativo hoje já na condição de presidente. O parlamentar venceu a concorrência pela chefia da mesa diretora contra Waldir Gisch, do PP, durante a cerimônia de posse, na sexta-feira, 30. Ildo Salvi (REDE), vice, e Mariela Portz (PSDB), secretária, completam a chapa. Para 2017, ele promete reiniciar as tratativas para construir a sede própria da câmara.
“Eu deixei o projeto pronto em 2008. Na época, custaria R$ 4 milhões, junto à área da antiga Praça Mário Lampert, no centro. Mas apanhei de todos os lados, inclusive da imprensa, e a obra não andou. Desde então, já gastamos mais de R$ 5 milhões com aluguel e manutenção da sede atual.”
Blau encaminha hoje um ofício ao novo prefeito, Marcelo Caumo (PP), solicitando a devolução da área para o Legislativo. Faz pouco mais de dois anos, o terreno foi devolvido ao Executivo, após os vereadores desistirem de construir a nova sede no local. “Vamos, eu e os demais integrantes da mesa diretora, nos reunirmos o mais rápido possível com o prefeito para debater esse assunto.”
O novo presidende critica o atual ambiente de trabalho dos vereadores e dos mais de 30 assessores e diretores parlamentares. “As pessoas que visitam a câmara e os funcionários ficam sufocados lá dentro. É lamentável que uma cidade do porte de Lajeado ainda mantenha um local inadequado como aquele para receber a população”, reclama. A câmara funciona no Genes Work & Shop desde 1999. Hoje o aluguel gira em torno de R$ 13 mil mensais.
A construção da sede no terreno da antiga Praça Mário Lampert, na rua Júlio May, já foi parar na Justiça. Duas moradoras de um prédio ao lado do terreno tentaram evitar a obra, mas o processo foi ganho pelo Legislativo. Além disso, outros locais foram verificados, como a antiga sede da Acvat e do Correios.
“Vamos pagar o 13º salário”
O novo presidente fala sobre o contestado pagamento de 13º salário aos vereadores. Em 2014, o então presidente, Djalmo da Rosa (PMDB), autorizou pagamento daquele ano e também de 2013. Em 2015, o chefe do Legislativo era Carlos Ranzi (PMDB), e o depósito não foi permitido. No ano passado, Heitor Hoppe (PT) autorizou pagar o valor. Mas alguns cobram o retroativo de 2015.
“Nós já acordamos que todos os quatro presidentes desta legislatura vão pagar o 13º salário aos colegas. Assim, evitamos confusão”, resume Blau.
Ele também pretende encaminhar o concurso público para preencher alguns cargos questionados faz mais de cinco anos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), e que quase ocasioram multas aos ex-presidentes. Segundo Blau, a concorrência vai ocorrer ainda em 2017.
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“Na última hora, ganhei mais apoio”
Blau recebeu a reportagem do A Hora na empresa da família, no bairro Olarias. Ainda debateu sobre o processo que o levou à presidência, com apoio de dois vereadores da base do atual governo, Mariela Portz e Lorival Silveira (PP). “Desde o momento em que conquistei uma vaga, em outubro, tive meu nome indicado. Contava com seis votos, e na última hora ganhei mais apoio.”
Sobre o fato de Mariela e Lorival não apoiarem o candidato do PP, Waldir Gisch, ele acredita que isso ocorreu em função da última sessão plenária de 2016, quando o progressista se posicionou contrário ao projeto de lei que alterou o quadro administrativo da prefeitura, e também ao aumento de 3% para 4% na livre movimentação de recursos pelo então prefeito, Luís Fernando Schmidt (PT).
Apesar do princípio de polêmica envolvendo o colega, Blau fala em “virar a página” e manter uma boa harmonia com todos os 14 demais parlamentares. “Creio que meu nome foi logo lembrado pois conheço todos e sempre mantive boas relações com os colegas vereadores”, afirma, acrescentado que a posição de Gisch em 2016 “não foi incorreta”. Gisch, por sua vez, falou em “trairagem”.
