Policiais civis instituem operação padrão

Vale do Taquari

Policiais civis instituem operação padrão

Decisão foi tomada ontem em Lajeado depois de assembleia do sindicato da classe

Policiais civis instituem operação padrão
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O presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores (Ugeirm) da Polícia Civil, Isaac Delivan Lopes Ortiz, esteve em Lajeado para participar de uma reunião realizada no subsolo do prédio da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). No encontro, coordenado também pela 2ª vice-presidente estadual do sindicato, Magda Lopes, os servidores optaram por entrar em estado de greve.

Durante a operação padrão, os policiais não concluem procedimentos policiais – exceto Auto de Prisão em Flagrante (APF) – e outras prisões determinadas pelo Judiciário, em que o réu estiver preso, além de só registrar ocorrências que não podem ser realizadas por meio da Delegacia Online.

“A paralisação total dos serviços vai acontecer caso o governo estadual opte por colocar outra vez na pauta de votação as PECs da licença-prêmio e do parcelamento do 13ª e dos salários. Por enquanto, seguimos em estado de greve, atendendo apenas situações de maior gravidade”, explica Magda, que atua na delegacia de Lajeado.

No encontro, Ortiz lamentou o que chama de “falta de prioridade” por parte do governo estadual. Segundo ele, outros setores – como o Judiciário, o Executivo e o Legislativo – não estão sofrendo com o parcelamento dos salários. “É tudo nas nossas costas, não podemos ficar de bico calado.”

O presidente também lamentou a decisão judicial que indeferiu o pedido de bloqueio de valor para pagamento do 13o salário para a categoria. Segundo a juíza responsável, “muito embora tenha sido concedida a antecipação de tutela, o autor não trouxe prova suficiente a comprovar que o valor de R$ 76,8 milhões é o correto para fazer frente ao pagamento, sendo mera estimativa”.

Diante disso, explica Ortiz, será interposto um agravo de instrumento por parte do sindicato junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. “Vamos recorrer da decisão”, garante o presidente.

Todas as regiões do RS realizam reuniões para aderir à paralisação. Nesta semana, Ortiz participa de encontros regionais com outros líderes do sindicato. Na terça-feira, ocorre reunião do Conselho de Representantes em Porto Alegre. Marcado para às 14h, o encontro fará nova avaliação sobre toda mobilização contra o pacote do governador.

Operação padrão

Os policiais civis já participam da operação padrão desde 13 de dezembro, após decisão tomada em assembleia geral com a presença de mais de três mil servidores em frente ao Palácio da Polícia. Lá foi decidido o boicote às Operações Policiais. A partir desta semana, outras providências são tomadas, como a entrega das chaves das viaturas e dos telefones funcionais.

“Queremos manter toda esta forte mobilização até que o governado José Ivo Sartori integralize todos os salários dos policiais. É uma maldade inexplicável o que ele vem fazendo. E sem coerência. Pois primeiro apresenta PEC para parcelar em duas vezes o 13º. E agora anuncia que vai pagar em 12 prestações”, reclama Magda.

Nessa quarta-feira, a Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep) divulgou nota pública apoiando a suspensão das operações policiais. Na avaliação de Ortiz, “a Polícia Civil passa por um dos momentos mais graves de sua história”. “Agora é o momento de união da categoria. A união da Ugeirm e da Asdep pode barrar o ataque do governo e avançar nas conquistas da categoria”, diz.

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