José Schmitz, 55, de Arroio do Meio, é produtor faz três décadas. O rendimento na atividade fez o filho Mateus, 20, seguir na propriedade. Nos últimos meses, a família aplicou R$ 700 mil na construção de dois galpões automatizados.
Por lote, a movimentação financeira chega a R$ 52,5 mil. Segundo Schmitz, uma das grandes preocupações é com o bem-estar dos 1,5 mil suínos. Os animais estão alojados em espaços confortáveis, recebem ração e água de qualidade e as técnicas implantadas hoje garantem maior conforto e sanidade, assegura.
A boa lucratividade fez o produtor Paulo Wessel, de Marques de Souza, ampliar o plantel. Hoje são mais de 2,5 mil animais alojados na propriedade. “As granjas são automatizadas e exigem pouco trabalho braçal. Basta monitorar se tudo está dentro do programado.”
Os investimentos são justificados pelo aumento da demanda por proteína animal e boa remuneração. No país, a cadeia produtiva de suínos tem uma importância fundamental para garantir a sucessão das propriedades familiares e o aumento da renda.
Conforme dados da cadeia produtiva divulgados pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) em novembro, o setor gera 126 mil empregos diretos, 900 mil indiretos, tem um plantel reprodutivo de 1,7 milhão de matrizes e abate 39,3 milhões de animais.
Para 2016, está prevista a produção de 3,8 milhões de toneladas de carne, um incremento de 14% em relação há apenas cinco anos. Segundo Marcelo Lopes, presidente da ABCS, os números comprovam a importância do setor.
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Consumo aumenta
De acordo com Lopes, em apenas 15 anos, o Brasil aumentou em 40% a produção de carne suína. Hoje, o produto está em pelo menos 70 mercados em todo o mundo. O setor movimenta R$ 150 bilhões ao ano. Em 2015, o PIB foi de R$ 62,57 bilhões.
Para o presidente, a estimativa para este ano é que a produção cresça 14% em relação a 2011, chegando a 3,8 milhões de toneladas. Já as exportações devem atingir um valor recorde em 2016, cerca de 700 mil toneladas. Em relação ao consumo, é possível afirmar que nos últimos 20 anos o brasileiro aumentou em 113% a ingestão de carne suína.
A suinocultura independente representa 38% da atividade, cooperativas, 23%; e integração, 39%. De acordo com os dados, o valor médio de venda dos suínos, para o ano de 2015, foi de R$ 3,26/kg animal vivo, sendo o peso médio estimado em 126 kg/animal, proporcionando assim um faturamento de R$ 16,1 bilhões (US$ 5,9 bilhões).
A Região Sul foi responsável por 66% dos abates, o que representa quase 26 milhões de cabeças. Tem o maior número de matrizes, 1,7 milhão. Depois, vem a Sudeste, com 350 mil cabeças, e a Centro-Oeste, com 309 mil.