Os eleitores já têm uma nova data para escolher o prefeito. Em resolução do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RS) divulgada na sexta-feira passada, ficou definido o dia 12 de março para a nova eleição.
Na votação de outubro, o candidato da oposição, Sérgio Reginatto Velere (PDT), foi eleito, mas não pode assumir o cargo. Cerca de dois meses depois, o ex-prefeito teve seu registro cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Velere foi condenado por não ter aberto licitação para serviços de mecânica pesada e compra de peças na época em que comandava o município.
A decisão do TSE ocorreu em 2008. Velere recorreu e o nome dele seguiu na urna eletrônica para o pleito deste ano. A pedido do Ministério Público e da chapa de situação, Unidos para Continuar, formada por oito partidos (PPPTBPMDBPSBPVPSDBPSD e PCdoB), a chapa do PDT foi suspensa e as eleições, anuladas.
Candidatos indefinidos
Os partidos começam a articular os candidatos para o pleito de março. As primeiras conversas apontam para continuidade da chapa governista. A indicação do prefeito e do vice fica entre o PP ou o PSDB. Em outubro, os nomes sugeridos foram do atual prefeito, o tucano Luiz Paulo Fontana, e o vice, o progressista Roberto Fachinetto.
A coligação não deve manter os mesmos candidatos. Além de terem sido derrotados nas urnas, Fontana e Fachinetto são investigados, mas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Eles são suspeitos de compra de votos em dois processos.
Entre a situação, um nome já se lançou para substituir Fontana. O progressista Daniel Lima se colocou à disposição como pré-candidato. De acordo com o presidente do PP, Jacson Borsatto, cresce a chance de o partido ser cabeça na chapa. Mesmo assim, a continuidade da dupla Fontana-Fachineto não está descartada. “Eles estão aptos a concorrer, se eles quiserem ser candidatos vão ter o deferimento na Justiça porque não foram julgados ainda.”
Mesmo sem descartar a possibilidade de manter os nomes, Borsatto admite o perigo de concorrer com dois nomes investigados. “É arriscado para uma coligação. Nós nunca vamos colocar um candidato com risco de causar um transtorno como a oposição fez.”
Dessa forma, apesar de acreditar na inocência de Fontana e Fachinetto, Borsatto aponta para troca de concorrentes como a tendência mais plausível entre os dois partidos que encabeçam a chapa.
Preocupação com a data
Os partidos da situação querem trocar a data da nova eleição, pois entendem que o dia escolhido pelo TRE/RS favorece a concorrência. “Eles colocaram uma data que coincide com (número) de uma sigla partidária. Então vamos tentar mudar essa data”, garante Borsatto.
O progressista não é o único incomodado com as eleições no dia 12 de março. O presidente do PSB, Elton Gasparini, também quer mudança de data. “Nós estamos contradizendo (sic) a data, que é um dia que coincide com a sigla do candidato cassado.” Apesar do incômodo com o dia, Gasparini não vê problema em manter apoio aos dois concorrentes investigados. “Eles ainda não foram julgados, não tem uma condenação sobre eles. É muito cedo para dizer que o candidato está com problemas na Justiça. Ele é inocente com certeza.”
A reportagem procurou os representantes da oposição, mas não conseguiu contato até o fechamento desta edição. Os nomes dos concorrentes devem ser divulgados nas próximas semanas. Até a nova eleição, o cargo de prefeito será ocupado pelo presidente da câmara de vereadores.
