Data comercial mais importante do ano, o Natal movimenta o comércio mesmo na semana posterior à comemoração. O motivo são as trocas de presente que não agradaram ou não serviram.
De acordo com o presidente da CDL, Heinz Rockenbach, os lojistas não são obrigados por lei a aceitar a troca de produtos, a menos que haja defeito. Mas afirma que a maioria das lojas faz as substituições por ser uma prática simpática ao consumidor.
Segundo ele, o momento de trocas pode servir para consolidar novos clientes e fidelizar aqueles mais antigos. “Também pode representar uma venda adicional, ou de produtos com valor mais elevado.”
Rockenbach ainda destaca outro fenômeno da época, o das pessoas que esperam passar a data festiva para negociar preços mais atrativos. “Ao invés de uma semana parada, é um momento para aproveitar esse movimento atípico.”
Para a vendedora Ana Paula Fagundes, 28, a semana serve para trocar produtos recebidos no Natal e no aniversário, comemorado no dia 24. Segundo ela, às vezes ocorre de as empresas não terem mais a mesma variedade de produtos. “Muitas vezes não encontramos aquilo que queríamos.”
Conforme Ana, é normal entrar em uma loja com a intenção de apenas fazer a troca e acabar levando mais itens.
Regras distintas
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, se o produto estiver em condições, não há obrigatoriedade de troca. Como a prática é uma cortesia, cada empresa pode definir as regras, inclusive com restrições a produtos e períodos específicos.
Em caso de produtos com defeito, a empresa é obrigada a reparar o dano em até 30 dias. Se o prazo não for cumprido, o consumidor tem direito à substituição por produto igual ou similar em perfeitas condições, restituição imediata ou abatimento total do valor pago em uma nova compra.
Projeção de crescimento
Conforme o presidente da CDL, as lojas registraram boa movimentação de consumidores para o Natal, em especial nos dias mais próximos à data. “Tivemos um ano desfavorável na economia, o que acabou prejudicando algumas empresas, outras apresentaram um bom crescimento.”
Segundo Rockenbach, a entidade ainda não tem os números finais sobre as vendas natalinas, mas projeta um crescimento médio de 3% a 5%.