Às vésperas do Natal, na tarde dessa sexta-feira, pessoas lotavam as calçadas do centro. Sozinhas ou em família, munidas de paciência e disposição, elas enfrentavam os 34oC para comprar presentes de Natal. O movimento trouxe alento para os comerciantes. Porém, para confirmar a alta ou estagnação das vendas, eles ainda aguardam os resultados deste sábado.
Volmar Parise, dono de uma loja de brinquedos, aposta todas as fichas nestas últimas horas de vendas. Ele percebe alta no movimento, mas acredita que deverá manter o mesmo índice de 2015. “Normalmente as pessoas deixam para a última hora. Então é isso que me dá esperança.” Ele acredita que o momento econômico traga insegurança, e os atrasos do governo limitem o poder de compra dos servidores. “Estamos num período ruim”, afirma.
Para a gerente de uma loja de roupas e calçados, Eliane Westenhofen, a situação tem melhorado. Ela afirma que, durante toda a semana, houve uma crescente no comércio. Por isso, a expectativa é que o aumento chegue a 8%. “As pessoas não estão querendo só o mais barato. Tem de tudo”, afirma.
Já Maiara Konzen, proprietária de uma loja de roupas e acessórios, espera vender 40% a mais em comparação a 2015. O motivo seria uma remodelação nos produtos do estabelecimento, que atraem o público pelo preço. “A crise ensina a gente a entender o mercado. Todos querem qualidade, mas a um custo menor. E nós tivemos que nos adaptar. Foi isso que nos impulsionou a esse crescimento”, diz.
Gastos no limite
Os consumidores concordam com Maiara. Apesar de deixar para a última hora, a secretária Patrícia Schneider, 30, foi às compras. Na sexta, ela aproveitou o intervalo do almoço para comprar os presentes dos afilhados e outros parentes. Focou nos produtos e reduziu custos. “Deixei para fazer tudo no mesmo dia para não gastar a mais. Calculei quanto tinha disponível e usei exatamente aquilo”, garante.
Jenifer Plack, 24, resolveu presentear só o namorado. A caixa e confeiteira afirma que precisou escolher, para poder fechar as contas. “Se eu desse presente para todos, o dinheiro não chegaria.” Ela lamenta, mas a família terá que entender a situação. [bloco 1]
Para Vagner Bildhauer, 27, e Aline Signori, 28, não foi diferente. Os auxiliares de produção contabilizaram o valor das férias, para não passar do limite. “Esperamos entrar o dinheiro na conta, para então ir às compras.” Os gastos foram menores do que no ano passado. Mãe, pai, sogro, sogra e afilhados receberão as famosas lembrancinhas. “É só para não deixar passar em branco”, afirma Aline.
Movimentação sem vendas
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Heinz Rockenbach, afirma que os lojistas podem acreditar numa melhora das vendas neste último dia, antes do Natal. Porém, até sexta-feira, as compras ainda traziam receio. “O movimento está bacana, mas não reflete em resultados.”
Os lojistas teriam lhe dito que havia possibilidade de empatar com o ano passado. “As pessoas estão muito controladas, contidas. Vão dar presente, na maioria, de R$ 30.” Mesmo assim, afirma que a expectativa de alta nas vendas não tinha sido descartada. “O calor afasta as pessoas à tarde. Mas ainda esperamos alcançar as metas.” Os resultados do comércio devem ser anunciados pela CDL na próxima semana,
