Uma abordagem da Brigada Militar resultou na morte de um foragido na madrugada de quinta-feira, 22. O caso aconteceu por volta das 0h20min, em uma residência abandonada na rua Tiradentes, bairro Navegantes.
De acordo com o boletim de ocorrência, Leandro da Silva foi avistado por uma guarnição da BM que fazia patrulhamento pelo bairro. Os agentes tinham conhecimento de um mandado em aberto contra o homem, que constava como foragido no sistema da polícia.
Ao perceber a abordagem, Silva correu para dentro da casa abandonada. Ao entrarem na residência, os policiais encontraram o foragido sentado em uma cama com uma faca na mão. Um dos agentes ordenou que o homem largasse a faca e se entregasse, e Silva afirmou que não seria preso novamente.
Nesse momento, a vítima teria partido em direção a um dos PMs com a faca em punho. O policial deu andou para trás e efetuou dois disparos. Silva abraçou o agente e os dois caíram após o chão da casa ceder.
O foragido chegou a ser socorrido pelos agentes e colocado na viatura com a ajuda de um morador das proximidades. Encaminhado ao Hospital Bruno Born, não resistiu aos ferimentos. Silva tinha antecedentes por furto, lesão corporal, estelionato, ameaça e posse de entorpecentes. Ele completaria 36 anos hoje.
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Testemunhas contestam versão da BM
Moradores próximos da casa onde aconteceu a morte afirmam que a vítima estava dormindo quando os brigadianos invadiram o local e dispararam dois tiros. “Não houve revide por parte dele. Ouvi um policial gritando para atirar. Minha casa fica ao lado e eu estava acordada e vi tudo. Eles entraram para matar.”
A pessoa, que prefere não se identificar, considera a ação desproporcional. “Ele era um coitado, fumava pedra, mas não merecia isso.” Os moradores dizem que a cena do crime foi violada e que a vítima não estava armada nem reagiu à intervenção policial. Fotos que circulam em grupos de Whatsapp mostram Sapão sentado no banco de trás de uma viatura sangrando no abdômen. Na outra, ele está deitado, próximo ao pneu de uma viatura, com machucados pelo corpo.
Casos recentes
Desde julho de 2013, pelo menos sete pessoas foram mortas durante ações da BM no Vale do Taquari. Naquele ano, em Santa Clara do Sul, Lorran Rodrigues Diniz, 19, morreu atingido com um tiro na perna. A bala disparada por um policial atingiu a artéria femural e a vítima morreu no HBB.
Lorran e dois amigos teriam se envolvido em uma briga com o agente, que utilizou spray de pimenta para afastar os envolvidos. Conforme a versão da BM, após chamar outra viatura, o agente teria recebido um golpe no pescoço e atirado contra a vítima.
Em janeiro 2014, uma perseguição resultou na morte de Lucas Abel Knecht, de 17 anos, de Arroio do Meio. O adolescente pegou a motocicleta do pai para ir até a casa da namorada e tentou furar um bloqueio policial. Ele foi atingido por um golpe de cassetete e colidiu contra uma árvore, morrendo em decorrência das lesões.
No dia 14 de julho de 2015, o adolescente Miguel Osório Alves da Silva, 17, foi morto por um disparo de espingarda calibre 12 durante uma abordagem.
Paciente com diagnóstico de esquizofrenia, ele estaria sofrendo um surto psicótico quando foi morto em frente à sua casa, no Florestal, em Lajeado. O jovem tinha ameaçado a mãe com uma faca e, ao avistar a guarnição, partiu em direção aos PMs.
