Férias atrasam retomada de obra na ERS-482

Vale do Taquari

Férias atrasam retomada de obra na ERS-482

Daer liberou verba para asfaltamento na segunda

Férias atrasam retomada de obra na ERS-482
Vale do Taquari

Previsto para ser retomado nessa segunda-feira, o asfaltamento da ERS-482, entre Arroio do Meio e Capitão, continua parado. De acordo com o Daer, os trabalhos serão iniciados em janeiro, após o período de férias coletivas da Construtora Giovanella.

Segundo a autarquia, os recursos para a obra no trecho de 3,2 quilômetros estão liberados por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

No início do mês, o órgão público assinou aditivo para reiniciar a obra, autorizando a troca do material previsto no projeto original, de 1998. A previsão era de utilizar pavimento frio, mas o produto é considerado insuficiente diante do grande fluxo de veículos pesados no local.

Promessas e descrença

As obras de asfalto são aguardadas faz mais de 50 anos pelos moradores da região. Laurindo Telöken, 68, vive desde 1961 às margens da rodovia e contabiliza as inúmeras promessas. “Ainda na década de 1960 colocaram as estacas para fazer o asfalto.”

Telöken ressalta o grande fluxo de veículos pesados que passa pelo local. Segundo ele, as máquinas deixam a estrada em péssimas condições nos dias de chuva, e levantam muita poeira no clima seco. “Não acredito que vão terminar a obra, se concluírem, a comunidade vai soltar foguetes.”

Para a moradora da localidade de Arroio Grande, Isolde Barth, a poeira é o principal incômodo. Todos os dias, ela limpa a casa para evitar o acúmulo. “Eu junto a cada dia poeira suficiente para fazer um tijolo de barro, mesmo mantendo a casa fechada.”

Conforme Isolde, as promessas de conclusão dos trabalhos se repetem a cada quatro anos. Porém, afirma que sempre que ocorre uma troca de governo os trabalhos ficam parados novamente. “Nossos pais morreram sem ver essa obra e vamos acabar seguindo o mesmo caminho.”

Além do desconforto com a poeira, Isolde alerta para o perigo causado pelo tráfico de veículos. Segundo ela, moradores que transitam a pé ou de bicicleta precisam ir para fora da pista para não serem atropelados devido à alta velocidade dos carros e caminhões.

Saúde prejudicada

Nascida e criada no interior de Arroio do Meio, Maria Hentges, 79, afirma que a poeira é responsável por uma série de problemas respiratórios. “A poeira vai acabar com os moradores, mas não vão finalizar a obra.”

Para Maria, pior que o asfalto inacabado são as promessas recorrentes. Segundo ela, os agentes públicos enchem a população de esperança e depois não cumprem os acordos. “Na última vez eu acreditei porque eles fizeram bueiros e levantaram a estrada, mas depois as máquinas foram embora novamente.”

Maria faz planos para deixar a localidade. Depois de participar de vários protestos sem resultado, busca uma forma de ficar longe da poeira para melhorar a saúde. “O lugar é bonito, mas ninguém aguenta mais essa situação.”

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