Os deputados começaram a decidir na tarde de ontem o futuro da Corag e a mudança no repasse do duodécimo do Judiciário. A escolha pelos temas foi feita pela base de apoio ao Governo Sartori. A medida veio poucas horas após o governo aprovar, por margem apertada, a extinção de oito fundações.
As primeiras extinções só foram definidas na madrugada, após mais de 12 horas de debates na tribuna. Por 30 votos a 23, os deputados aprovaram o fim da Fundação Zoobotânica, Cientec, Fundação Pirati (TVE e FM Cultura), Metroplane, FEE e FDRH. A votação foi garantida graças aos votos do PTB e dois parlamentares do PDT que descumpriram a orientação da bancada.
Mesmo sem fazer parte da base de apoio ao governo, os trabalhistas Sérgio Moraes, Aloísio Calssmann e Mauricio Dziedricki votaram a favor das propostas apresentadas por Sartori. Os colegas Luís Augusto Lara e Ronaldo Santini foram contra as extinções.
No PTB, a decisão do partido foi liberar a bancada para definir o voto, diferente do PDT, que fechou questão sobre o tema indicando a reprovação da proposta. Apesar da orientação partidária, Vinicius Ribeiro e Gilmar Sossela mantiveram o apoio ao Executivo. Já era manhã quando o segundo projeto foi apreciado pelos parlamentares. O tema em discussão era o fim da Fepagro e do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore. A proposta foi aprovada por 23 votos contra 23. A sessão, iniciada às 14h de terça-feira, 20, foi encerrada apenas às 6h de ontem, 21. A proposta do governo é que as funções das fundações sejam agregadas pelas secretárias de governo.
Pouco antes das 21h de ontem, os parlamentares aprovaram o fim da Corag. A proposta do governo recebeu 28 votos favoráveis e 23 contrários.
Sessões longas
Poucas horas após a definição de extinguir as fundações, os deputados estavam reunidos novamente. A sessão que definiria o fim da Corag e a mudança no repasse do duodécimo do Judiciário começou às 14h, e mais uma vez se estendeu pela madrugada. Até as 20h, os parlamentares se revezavam na tribuna.
Na rua, manifestantes seguiam protestando contra o pacote do governo. Porém, o número de pessoas na Praça da Matriz reduziu drasticamente após a votação sobre o futuro das fundações. O número reduzido de manifestantes não foi suficiente para evitar confrontos com a Brigada Militar. Por pelo menos duas vezes o pelotão de choque disparou bombas de gás contra o grupo que protestava em frente à Assembleia Legislativa.
