Pedidos renovam crença no Papai Noel

Lajeado

Pedidos renovam crença no Papai Noel

Alunos do Ciep receberam presentes doados pela comunidade que adotou as cartinhas

Pedidos renovam crença no Papai Noel
Lajeado

Crianças do bairro Santo Antônio tiveram uma tarde especial. A maior parte das cartas entregues nos Correios foi atendida. O que sobrou foi rateado entre professores e funcionários. A indicação veio da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Todos os 154 alunos escreveram os pedidos para o bom velhinho. Era preciso descrever, por exemplo, qual era o sonho que tinha. Contar um pouco de si fazia parte da tarefa, antes de pedir presentes.

Alguns pedidos inusitados foram provas de solidariedade. De acordo com a supervisora Verani Berté, a aluna Sofia, do 4º ano, pediu uma saia para dar de presente à mãe, que é evangélica. A maioria pediu material escolar. “Teve um aluno que pediu para acabar com as mortes aqui do bairro. As histórias deles são semelhantes. A maioria não mora com os pais e sim com avós.”

A última edição do Cartas de Natal foi em 2014. No ano seguinte, os alunos escreveram, mas não receberam. Ao ensaiar a apresentação de fim de ano, conversas entre voluntários giravam em torno dos necessitados. “As conversas são para algo religioso, mas eles também se sentem amados quando recebem o pedido.”

Segundo a supervisora, esse ato trabalha a autoestima das crianças. É a forma de compensar a vivência em uma casa humilde, sem as melhores roupas, com problemas graves.

Alegria contagiante: estudantes do Ciep encaminharam cartas aos Correios e foram atendidos. Entre os textos entregues, o relato de quem só quer diminuir a violência

Alegria contagiante: estudantes do Ciep encaminharam cartas aos Correios e foram atendidos. Entre os textos entregues, o relato de quem só quer diminuir a violência

Entrega com emoção

A entrega dos presentes foi no refeitório. Os olhos dos alunos voltados às caixas e pacotes de presentes era motivo de conversas entre eles. Na medida que as professores das três primeiras turmas chamavam, os alunos eram aplaudidos com vigor.

Ao levar o pacote para o assento, a expectativa de abri-lo contagiava os colegas próximos. Enquanto pensava sobre o momento que acabara de compartilhar, a vice-diretora Vanessa Comel se emociona. “Este é um momento que vale a pena ser professora, estar em uma escola e ver as transformações humanas.”

A professora Márcia Weiler afirma que este é um momento de reflexão sobre a data. Para ela, é importante o envolvimento social. A interação, mesmo indireta, faz com que acreditem ainda em um futuro melhor. “A gente faz eles perceberem que o Papai Noel tem vários amigos.”

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