A crise econômica não alterou os planos de crescimento da Fruki. A companhia de bebidas com sede em Lajeado apresentou crescimento de 10% no volume de vendas e viu o faturamento crescer em 17% em 2016, ano em que anunciou investimentos em uma nova fábrica e centros de distribuição.
Para o próximo ano, a empresa mira o litoral de Santa Catarina visando expandir o mercado de atuação. De acordo com o presidente da companhia, Nelson Eggers, a proposta surgiu devido ao contato de gaúchos que visitam ou moram na região e sentem falta dos produtos da marca.
A entrada no mercado catarinense foi incluída no planejamento estratégico da empresa. No plano da Fruki, também estão incluídos os investimentos em uma nova fábrica, em Paverama.
Eggers afirma que a nova planta industrial não afetará as operações de Lajeado. O novo complexo deve iniciar as operações em 2020, com a produção de bebidas energéticas, funcionais, sucos e chás. Cinco anos após o início das atividades, a empresa pretende começar a produção de cervejas no local.
A Fruki ainda planeja construir um novo Centro de Distribuição (CDD) na Serra Gaúcha e está prestes a inaugurar o CDD construído em Pelotas. Hoje, a Fruki tem CDDs em Osório, Porto Alegre, Pelotas, Santo Ângelo e Canoas.
“O problema de logística está no RS”
A Hora – Quais os motivos para a Fruki apostar no mercado catarinense?
Nelson Eggers – Estamos crescendo porque é necessário e é para isso que trabalhamos. Santa Catarina é um mercado novo para nós, que projetávamos faz tempo. Colocamos no nosso planejamento estratégico a entrada no litoral catarinense. É uma região forte e que recebe a visita de muitos gaúchos, que entram em contato conosco pedindo pelo nosso produto. Desde o início do ano, estaremos organizados para vender lá.
Como está sendo montada a estrutura das operações?
Eggers – Nós contratamos um gerente comercial que conduzirá toda essa organização de vendas. Ele está montando uma equipe de pessoas que moram e trabalham em Santa Catarina. Vamos mandar o produto daqui para lá, com prioridade para as maiores redes de supermercado. Não teremos investimento em infraestrutura ou centros de distribuições naquela região em 2017. Vamos avaliar ao longo do ano a recepção e aceitação dos nossos produtos. Imaginamos que será muito boa, então, temos que preparar para no futuro termos um centro de operação naquela região.
A logística será um dos pontos mais importantes para o sucesso da operação. Qual a sua avaliação da infraestrutura que liga Lajeado ao litoral catarinense?
Eggers – O problema é aqui na região mesmo. Passando do entroncamento entre Estrela e Bom Retiro do Sul, é tudo duplicado até Florianópolis. Depois de Torres, a BR–101 está maravilhosa. Mas os problemas da nossa região nos atingem de todas as formas, mesmo nas operações do RS. Quase tudo passa por ali. Além disso, a duplicação termina em Lajeado, se quisermos ir para o lado de Passo Fundo ou para a fronteira, não tem estrada duplicada. O problema de logística está no RS.
O ano de 2016 foi de dificuldades para a economia brasileira. Mesmo assim, a Fruki anunciou grandes investimentos. Quais foram os principais?
Eggers – Nós compramos área de terras para fazer a nova fábrica em Paverama. O projeto de expansão vamos fazer a partir de março. Concluímos a construção do Centro de Distribuição em Pelotas para atender toda a Região Sul. Só falta fazer o evento de inauguração. Foi um grande investimento. Também aplicamos cerca de R$ 2 milhões em Lajeado, a maior parte em sistemas de refrigeração. Isso tem um significado importante, porque representa que não estamos saindo de Lajeado. No ano, tivemos um crescimento de 10% em volume e o faturamento subiu 17%.