Lojistas estimam alta de 5% nas vendas

Vale do Taquari

Lojistas estimam alta de 5% nas vendas

Movimento anima comerciantes que esperam um resultado positivo neste Natal

Lojistas estimam alta de 5% nas vendas
Vale do Taquari

Contrariando as expectativas estaduais, os comerciantes do Vale esperam números melhores no Natal neste ano em comparação com 2015. Enquanto a Federação da Indústria e Comércio do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) projeta queda de 5% nas vendas, a estimativa local é de aumento de 3% a 5%, conta o presidente da CDL, Heinz Rockenbach.

A moradora de Lajeado, Isolde Weisheimer, reduziu o tamanho da lembrança para conseguir presentear todos os familiares. A aposta foi nos itens mais baratos. O cenário econômico a fez reduzir o limite de gastos para esse fim. Neste ano, destinou R$ 800. Em 2015, o valor ficou em torno de R$ 1 mil.

Martieli Borges também diminuiu o valor direcionado aos presentes. Além disso, optou por presentear apenas a filha e as afilhadas. Neste ano, gastou R$ 200. Em 2015, foi superior a R$ 350. Segundo ela, o aumento de despesas rotineiras ao longo do ano estimulou a revisão do valor. No ano passado, além das crianças, comprou presentes para familiares.

O casal Lisandra e Erielson Chitolina foge à regra. Enquanto muitos consumidores amargam dificuldades acumuladas ao longo do ano, para eles 2016 foi positivo e a crise não atingiu o ramo em que atuam. O montante investido nos presentes cresceu se comparado a 2015. Eles gastaram cerca de R$ 1,5 mil na compra dos mimos.

Consumidores devem optar por presentes mais baratos, mas vendas tendem a manter o patamar do ano passado

Consumidores devem optar por presentes mais baratos, mas vendas tendem a manter o patamar do ano passado

Ausência do funcionalismo

Na avaliação do presidente do Sindicomerciários, Marco Rockenbach, a tendência é que os lojistas vendam um volume de produtos parecido com 2015. Para ele, o que deve acontecer é uma redução no valor gasto.

Mesmo com a projeção otimista, Rockenbach vai ao encontro da pesquisa da Fecomércio-RS, e percebe um receio dos consumidores em gastar. Para ele, isso é consequência da instabilidade política e econômica do país e do estado. “Uma dificuldade e que influencia muito é a insegurança no estado em relação ao servidor público.”

Para o presidente, os comerciantes devem sofrer com o poder de compra dos servidores sendo reduzido. “O funcionário público é um grande potencial de consumo, então, isso é um diferencial em relação ao ano passado.” Rockenbach alerta para o fato de os funcionários do Estado viverem um momento no qual temem assumir compromissos financeiros. “Ele está recebendo parcelado, não recebe 13º, não tem perspectiva, como gastar? E isso é um dinheiro que faz falta dentro do comércio.”

Atendimento ao cliente será fundamental

De acordo com a pesquisa da Fecomércio-RS, os gaúchos estão mais inseguros em relação à manutenção dos empregos. O indicador que mede esse aspecto teve queda de 2,4% em relação ao mesmo período de 2015, e de 2% na comparação com o mês de novembro, marcando 103,6 pontos.

Essa insegurança é apontada pelo presidente da federação, Luiz Carlos Bohn, como principal responsável pelo pessimismo dos consumidores e a baixa na intenção de vendas. “As pessoas estão 10% menos confiantes do que no ano passado.” Para ele, o processo de impeachment aliado aos problemas da economia do país gerou esse cenário. “É o que se poderia esperar da sociedade diante de um cenário no qual ainda não há uma segurança política no Brasil.”

Para os comerciantes superarem esse cenário negativo e garantirem boas vendas, Bohn aponta para a necessidade de investirem no atendimento. “O empresário de comércio e serviços deve tratar bem o seu cliente baseado na ideia de vender, ter lucro e vender para quem paga, que são princípios básicos.”

Segundo Bohn, o perfil dos consumidores torna o atendimento fundamental para garantir bons resultados. “Existe uma parte da venda que é a compra por impulso. Existe esse componente na hora do negócio, se o cliente for bem atendido, isso provoca a compra.”

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